Chanceler da Hungria: proposta da UE de reduzir consumo de gás contradiz declarações anteriores
© AP Photo / Darko VojinovicPeter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria, durante coletiva de imprensa com Nikola Selakovic, seu homólogo sérvio (fora da foto), em Belgrado, Sérvia, 7 de fevereiro de 2022
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A iniciativa da Comissão Europeia de reduzir o consumo de gás em 15% contradiz as declarações anteriores de políticos da Europa Ocidental de que seus países já não dependem mais dos recursos energéticos russos, afirmou o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjarto.
Ele constatou que a Hungria está disposta a considerar essa proposta apenas após receber uma solicitação oficial escrita.
Na quarta-feira (20), a Comissão Europeia propôs um novo plano de redução da demanda de gás. O plano prevê a introdução de metas primeiramente voluntárias para todos os Estados-membros da UE de reduzir em 15% o consumo de gás no período de 1º de agosto de 2022 até 31 de março de 2023, o que equivale a 45 bilhões de metros cúbicos de gás. As propostas da entidade, antes de entrarem em vigor, devem ser apoiadas por maioria qualificada dos países da UE no Conselho da União Europeia.
"Quanto à possível distribuição e à proposta de Bruxelas, creio que esta é uma questão muito séria para formular nossa posição com base em um par de declarações ou uma bolha de informação. Se houver uma proposta escrita, profunda, adequada para estudo, vamos estudá-la", constatou Peter Szijjarto.
O chanceler da Hungria ainda notou que a proposta da Comissão Europeia vai contra ao que foi dito antes pelos políticos europeus.
"Vou dizer honestamente: nos últimos meses ouvi de líderes políticos da Europa Ocidental que eles já decidiram tudo. Eles encontraram fontes alternativas, compraram o gás natural em outros lugares, se liberaram da dependência da Rússia. [...] Então qual é a preocupação? Está provado que a compra de gás natural não é uma questão de ideologia, não pode ser resolvida por meio de campanhas de comunicação, é sim uma questão física. Porque após algum tempo fica claro se há ou não gás. A dado momento chegará a temporada de aquecimento, e então é inútil os políticos dizerem que há gás se não houver", de acordo com suas palavras.
Ele acrescentou que seus colegas "deveriam ser mais modestos ao falar em relação ao que e quanto foi decidido neste âmbito".