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Berlim: desenvolvimento da Alemanha baseou-se no gás russo barato, mas modelo falhou e não voltará

© AP Photo / Michael SohnChanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o ministro da Economia do país, Robert Habeck, na cúpula em Berlim, 14 de junho de 2022
Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o ministro da Economia do país, Robert Habeck, na cúpula em Berlim, 14 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.08.2022
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O vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, reconheceu que o desenvolvimento econômico de seu país se baseava no gás "barato" russo, mas assegurou que este modelo econômico terminou.

"A Alemanha tem um modelo econômico que se desenvolveu em grande medida nas condições de dependência do gás russo barato", disse Habeck durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (15), para anunciar o estabelecimento de um imposto especial sobre o gás, que faz parte dos esforços para distribuir entre os consumidores finais os altos custos de substituir o hidrocarboneto proveniente da Rússia.

O vice-chanceler enfatizou que o respectivo modelo "falhou e não voltará", ao mesmo tempo qualificando Moscou como uma "inimiga" do direito internacional e da "democracia liberal e seus valores".
Segundo Habeck, o país euroasiático interrompeu "arbitrariamente" o fornecimento de gás à União Europeia, pelo que o governo alemão optou pelo "remédio amargo" do imposto para "resgatar" as empresas em dificuldades.
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'Todas as medidas têm consequências'

"Esta tarifa é a forma mais justa possível de distribuir entre a população os custos adicionais que se acumularam. A alternativa não é nenhum imposto, mas o colapso do mercado energético alemão e, com ele, de grande parte do mercado energético europeu", argumentou o ministro alemão.

A nova contribuição, de 2,4 euros por quilowatt-hora, entrará em vigor em 1º de outubro e vigorará até abril de 2024. Desta forma, a fatura de uma família média de quatro pessoas aumentaria em cerca de 500 euros por ano, explicou a Reuters.
"Todas as medidas têm consequências e algumas delas também são imposições", admitiu Habeck, acrescentando que estas decisões ajudarão a Alemanha a obter a independência energética e "atuar soberanamente" em questões de política externa e segurança.
Os políticos e mídia ocidental culpam a Rússia de utilizar a energia "como uma arma" para "chantagear" a UE. No entanto, a crise energética no bloco ficou evidente na primeira metade de 2021, quando as nações da união esgotaram suas reservas de gás após uma temporada de inverno relativamente frio e os preços dispararam.
A situação piorou com a imposição de sanções antirrussas pela operação militar de Moscou na Ucrânia. A Rússia respondeu exigindo pagamentos em rublos pelos seus envios de gás para a Europa.
Além disso, antes da operação militar russa, o governo alemão ordenou a suspensão do processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que liga a Rússia à Alemanha através do fundo do mar Báltico. Sua construção terminou em setembro de 2021, apesar da oposição dos EUA, Ucrânia e outros países, embora a infraestrutura não tenha funcionado por motivos políticos.
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