Em coletiva nos EUA, Guedes diz que FMI tem que 'falar menos besteira e trabalhar mais'
© Folhapress / Pedro LadeiraO ministro da Economia Paulo Guedes, durante cerimônia de lançamento das autorizações ferroviárias, em Brasília, 2 de setembro de 2021
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Para chefe da Economia, o FMI não vê "os tsunamis de investimentos privados que estão vindo do outro lado, só olham para investimentos públicos e acham que o Brasil não tem capacidade de crescimento".
Após reunião com analistas e investidores internacionais organizada pela JP Morgan em Washington nesta quarta-feira (12), o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou durante coletiva de imprensa, o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado hoje (12) que atualiza as projeções fiscais para o Brasil.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o banco ampliou a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2022 para 2,8%, ante 1,7%, mas a economia do Brasil deverá crescer abaixo da média global da média da América Latina e da média de países em desenvolvimento.
"As projeções vão depender muito do que nós fizermos. Se acelerarmos os programas de privatização, fizermos nossas reformas que vamos seguir fazendo, eles vão errar de novo. É o que eu disse ontem, talvez eles estejam achando que o outro candidato vai ganhar, e aí as previsões estão certas. O Brasil vai entrar em déficit, vai crescer menos e tudo isso vai passar a ser verdade", afirmou Paulo Guedes à imprensa.
Ao mesmo tempo, o chefe da Economia brasileiro afirmou que o FMI enfrenta "problemas técnicos" quando faz análises sobre o Brasil.
"Não estão vendo os tsunamis de investimentos privados que estão vindo do outro lado, só olham para investimentos públicos e acham que o Brasil não tem capacidade de crescimento. Por isso eles estão se surpreendendo o tempo inteiro. Nós estamos crescendo mais, a estrutura da economia já mudou e o Brasil está com recorde de transações internacionais, temos o maior superavit da história, o maior ritmo de investimentos direto. Os técnicos de qualidade vão ter que recalibrar os seus modelos. Mas tem também a militância política."
Guedes também comentou sobre trecho de relatório do FMI no qual é afirmado que o gasto social do Brasil durante a crise da pandemia poderia ter sido menor.
"Há seis meses todo mundo dizia que os brasileiros estão passando fome e aí o FMI diz que o gasto poderia ser menor. Isso é o que eu falo. O FMI tem que falar menos besteira e trabalhar um pouco mais para alertar os americanos, os europeus. Enquanto estão puxando a nossa orelha, o Brasil está crescendo mais, a inflação está mais baixa. Não acredito que o FMI está de má vontade com o Brasil eu acho que é erro técnico mesmo", declarou o ministro.
No final de suas declarações, Guedes usou o termo "dormindo no volante", que já havia usado anteriormente em 2021, e disse que "o Brasil está indo bem, os EUA e a Europa estão dormindo no volante".