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Eleições 2022
Notícias e análises sobre as eleições gerais no Brasil em 2022. Acompanhe aqui todos os destaques envolvendo a acirrada disputa pela preferência do eleitorado brasileiro.

'Ninguém estava preparado': Lula acusa Bolsonaro de montar 'máquina poderosa de contar mentira'

© Sputnik / Lucas RochaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de coletiva de imprensa no Rio de Janeiro ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no dia 20 de outubro de 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de coletiva de imprensa no Rio de Janeiro ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no dia 20 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2022
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) de fazer uso de uma "máquina poderosa de contar mentira". O petista atribuiu a isso a melhoria dos índices de Bolsonaro nas pesquisas no segundo turno. Aliados de Lula dizem que o presidente promove uma "compra do processo eleitoral".
Diante do acirramento da disputa eleitoral no segundo turno, Lula admitiu em coletiva de imprensa que a pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (19) serviu como um "alerta" para sua campanha. O levantamento mostrou uma redução da vantagem do ex-chefe de Estado sobre o atual. Na pesquisa espontânea, a diferença caiu pela metade — de 6 pontos para 3.
Lula atribuiu a recuperação de Bolsonaro, que inclui a diminuição do índice de rejeição do atual presidente, a uma "máquina poderosa de contar mentira".

"Nosso adversário tem uma máquina poderosa de contar mentira. Não é pouca coisa a rede que usa para vender monstruosidade e para se explicar. [...] É muito difícil a gente competir com robôs. [...] Ninguém estava preparado para enfrentar a monstruosidade de uma rede monstruosa. O cara é um mentiroso muito profissional", disse o ex-presidente.

Após admitir que "Bolsonaro está ganhando ponto muito lentamente", o ex-presidente disse que seguirá com sua estratégia. O petista pretende fazer duas agendas públicas por dia até o fim da campanha. Nesta quinta-feira (20), participa de caminhadas em São Gonçalo (RJ) e na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ).
Nesse sentido, Lula disse que não pretende "entrar no lamaçal que ele [Bolsonaro] quer nos jogar".
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O ex-presidente também comentou as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre direitos de resposta na propaganda de TV. Lula terá direito a usar 184 inserções de TV de Bolsonaro para se defender, enquanto o atual presidente ganhará 14. Com isso, Lula terá 395 inserções na reta final de campanha e Bolsonaro ficará com apenas 55.
O tribunal ainda determinou a abertura de investigação sobre uma suposta rede de desinformação que seria comandada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República.

"Para nós foi muito importante a decisão de tirar o tempo de mentiras do Bolsonaro da televisão. O Poder Judiciário existe para isso. Quando se sente ofendido, atacado, a gente vai para a Justiça", avalia.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também participou da coletiva e afirmou que a campanha de Bolsonaro promove uma "avalanche de mentiras, avalanche de fake news". A deputada federal criticou um vídeo divulgado por um pastor aliado de Bolsonaro em que ele inventa uma decisão do TSE fingindo ter sido censurado.

"Isso nunca aconteceu. É uma coisa louca. Tem compra de votos, tem patrão pressionando as pessoas. Tem que se tomar medidas", afirma a deputada, que enxerga uma "sangria nos recursos do Estado brasileiro". "É uma compra do processo eleitoral que [Bolsonaro] está tentando fazer", aponta.

© Sputnik / Lucas RochaO ex-presidente Lula participa de coletiva de imprensa no Rio de Janeiro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente do Psol, Juliano Medeiros, no dia 20 de outubro de 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de coletiva de imprensa no Rio de Janeiro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente do Psol, Juliano Medeiros, no dia 20 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2022
O ex-presidente Lula participa de coletiva de imprensa no Rio de Janeiro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente do Psol, Juliano Medeiros, no dia 20 de outubro de 2022
A Sputnik Brasil tentou contato com a presidente do PT após a coletiva para saber qual a avaliação do partido sobre a atuação do TSE para coibir possíveis casos de abuso de poderes político e econômico, mas não obteve retorno.
Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil recentemente acreditam que há uma certa ineficácia da Justiça Eleitoral em coibir o uso da máquina pública para propaganda eleitoral.
Para Alberto Rollo, advogado especialista em direito eleitoral e membro da Comissão de Direito Eleitoral da seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o tribunal não tem conseguido frear práticas do governo Jair Bolsonaro que possam favorecê-lo eleitoralmente em sua busca pela reeleição.
"Até agora o TSE não agiu para coibir a PEC das Bondades, a concessão de redução de impostos, empréstimos e renegociação [de dívidas] em banco oficial etc. Tudo em ano eleitoral, contra a lei. É verdade que a esta altura já é tarde, mas o TSE tem que agir em todas as frentes, não só no combate às fake news e à desinformação", apontou o advogado em entrevista.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro  ( PL),  candidatos à Presidência da República, durante debate realizado na emissora Bandeirantes em parceria com TV Cultura, portal Uol e Folha de São Paulo,  na zona sul de São Paulo, 16 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2022
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