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Lula diz que houve conivência das Forças Armadas e da PM com invasões no DF: 'Porta foi aberta'

© AFP 2023 / Evaristo SáO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante reunião com parlamentares no Palácio do Planalto, em Brasília, em 11 de janeiro de 2023
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante reunião com parlamentares no Palácio do Planalto, em Brasília, em 11 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 12.01.2023
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Presidente fez coletiva de imprensa com jornalistas nesta quinta-feira (12) e respondeu perguntas sobre os atentados em Brasília. Para o presidente, Forças Armadas não são "poder moderador como pensam que são". Ele também defendeu a permanência do ministro da Defesa no cargo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que agentes da Polícia Militar do DF e militares das Forças Armadas foram coniventes com as invasões que aconteceram nos prédios dos três Poderes em Brasília no domingo (8). Para Lula, "as portas foram abertas" para que os manifestantes pudessem passar, acrescentando que "nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz" pode ficar no Planalto.

"[…] Estou esperando a poeira baixar. Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muita gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui", afirmou o presidente segundo o jornal O Globo.

O mandatário acrescentou que que as Forças Armadas não são "poder moderador, como pensam que são".

"As Forças Armadas, elas não são o poder moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos."

Ao mesmo tempo, Lula informou que um forte trabalho está sendo feito para "retirar" apoiadores e militares alinhados com o ex-presidente, Jair Bolsonaro, em cargos no Palácio do Planalto no intuito de transformar o prédio "em um gabinete civil".
"Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda. Porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares e estamos vendo se a gente consegue corrigir para colocar funcionários de carreira, de preferência funcionários civis que estavam aqui e foram afastados, transferidos de departamento. Para que isso se transforme num gabinete civil", disse Lula citado pela mídia.
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O mandatário ainda disse que ninguém "suspeito de ser bolsonarista raiz" pode continuar, entretanto, negou que vá perseguir pessoas que apoiaram a Operação Lava-Jato no passado e também negou que vá empregar apenas petistas.
"Eu acho que aqui no Palácio, é preciso que cada ministro saiba o seguinte: não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista raiz aqui dentro. Eu também não quero fazer um processo de perseguição porque um dia o cara foi lavajatista. Não. Houve um momento que a sociedade brasileira foi tão enganada e tão ludibriada. […] Se o cara é um funcionário de carreira e ele presta o serviço dele com retidão, por que ele não pode ficar? Eu não quero fazer um palácio de petistas, quero fazer um palácio de pessoas sérias, que trabalham, que tenham compromisso com o país, com o povo e que cumpram com as funções. É assim que vai funcionar."
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Ministro da Defesa fica: 'Todos nós cometemos erros', diz Lula

Sobre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, Lula disse que não vai o retirar do cargo, apontando que "todos cometemos erros" e que Múcio permanece porque "é de sua confiança", segundo o G1.

"Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu quem trouxe para cá [para o governo]. Ele vai continuar sendo meu ministro porque eu confio nele, relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele. Ele vai continuar. Se eu tiver que tirar cada ministro a hora que ele comete um erro, sabe, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil. Todos nós cometemos erros", disse o presidente citado pela mídia.

Múcio vem sendo criticado por ter defendido solução negociada para a crise envolvendo os acampamentos bolsonaristas em Brasília e por ter dito que os mesmos acabariam de forma natural, tendo entregue um relatório a Lula dois dias antes das invasões defendendo tal posição.
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