Lula fala em construir nova 'narrativa' no Brasil: 'Tudo que a gente faz é gasto'
© Foto / Divulgação / Ricardo StuckertLuiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa na primeira reunião ministerial de seu governo. Brasília (DF), 6 de janeiro de 2022 foto de arquivo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a forma como se debate a possibilidade de aumento do salário mínimo atualmente no país. Segundo ele, o que o governo faz para melhorar a vida das pessoas deve ser tratado como investimento, e não como gasto.
"Tudo que a gente faz é gasto. Tudo. [...] Enquanto isso, a gente não pode dar aumento de salário-mínimo de 3%, porque é gasto. Não dá certo. Não é possível", disse Lula, durante a posse da nova presidente da Caixa, Rita Serrano, nesta quinta-feira (12), conforme divulgou o G1.
O salário-mínimo neste ano subiu para R$ 1.302, após reposição feita pelo governo Bolsonaro no fim do ano passado, via medida provisória, seguindo projeções da inflação no período. Como o IPCA acabou sendo mais baixo do que o previsto — 5,79% em 2022 —, o aumento significou uma alta real (acima da inflação) de 1,41%.
Porém, Lula deseja aumentar o mínimo para R$ 1.320 ainda em 2023, o que permitiria um aumento real maior, de 2,81%. De acordo com o G1, uma ala do governo defende manter o valor de R$ 1.302 durante todo o ano, enquanto outra sugere aumentar para os R$ 1.320 a partir de 1º de maio, no Dia do Trabalho.
"Nós vamos ter que construir uma outra narrativa nesse país. Tudo que a gente fizer para melhorar a vida do nosso povo tem que ser tratado como investimento", declarou Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que houve aumento significativo no número de beneficiários do INSS, cujos pagamentos são, em sua maioria, atrelados ao mínimo, o que poderia dificultar a elevação do piso em um primeiro momento. Segundo Haddad, o governo está refazendo as contas para definir a possibilidade do reajuste.
"Esses recursos do orçamento foram consumidos pelo andar da fila do INSS. Porque a partir do início do processo eleitoral, por razões que não tem nada a ver com dignidade, a fila começou a andar", declarou Haddad à tarde, antes da fala de Lula.