https://noticiabrasil.net.br/20230213/real-digital-o-que-e-a-nova-tecnologia-do-banco-central-brasileiro-27585775.html
Real digital: o que é a nova tecnologia do Banco Central brasileiro?
Real digital: o que é a nova tecnologia do Banco Central brasileiro?
Sputnik Brasil
O que vai mudar a partir do lançamento do real digital, a moeda 100% virtual do Estado brasileiro? Em entrevista à Sputnik Brasil, analistas financeiros... 13.02.2023, Sputnik Brasil
2023-02-13T20:45-0300
2023-02-13T20:45-0300
2023-02-15T15:54-0300
notícias do brasil
brasil
luiz inácio lula da silva
segurança digital
dinheiro
lavagem de dinheiro
ciberataque
ataque cibernético
crime cibernético
cibersegurança
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/03/1f/17241238_0:26:1024:603_1920x0_80_0_0_5b173771aede29323b35d2860f94f828.jpg
Desde o lançamento, em 2008, do bitcoin, a criptomoeda mais conhecida do mundo, economistas do mundo inteiro apontaram um fato inevitável: o futuro seria marcado pelo surgimento de novas formas de dinheiro digital.Desse modo, para evitar os riscos de moedas que são emitidas por agentes do mercado financeiro e não pelos bancos centrais, como o próprio bitcoin, os países precisariam se adaptar à nova realidade.O setor bancário brasileiro está prestes a dar esse passo. O Brasil lançará neste ano o real digital, uma moeda virtual que ficará sob o controle do Banco Central (BC) brasileiro. Países como China, Suíça e Uruguai já estão aderindo a esse tipo de ativo, enquanto o Brasil estuda o seu modelo visando ao lançamento em um futuro próximo.Para o episódio 215 do podcast Jabuticaba Sem Caroço, da Sputnik Brasil, as jornalistas Bárbara Pereira e Francini Augusto conversaram com Marilyn Hahn, especialista em finanças e economia, e Bernardo Srur, diretor-presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).O que é o real digital?As moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) estão sendo desenvolvidas em cerca de 90 países, com a promessa de reinventar a política monetária internacional. Em razão da precocidade do fenômeno, as consequências do advento das moedas digitais ainda são objeto de estudo.No entanto, como garantiu Marilyn Hahn, é possível assegurar de antemão algumas características sobre o dinheiro digital brasileiro que moldará o futuro econômico do país. Ela destacou, por exemplo, que o real digital não será como uma criptomoeda qualquer.O Banco Central do Brasil já frisou reiteradas vezes que o real digital não será mais uma criptomoeda. As características da tecnologia ainda não estão definidas e deverão ser melhor esclarecidas ainda no primeiro semestre, no lançamento do projeto-piloto para testes com a privacidade e segurança da rede."É, na prática, uma extensão da nossa moeda em papel", disse ela, explicando que "quando o BC emite papel-moeda, existem várias formas de emissão, como o papel e o Pix, que é digital".Bitcoin é 'completamente diferente'Existe uma confusão quando o assunto é real digital e criptomoedas. Muitas vezes a opinião pública tende a colocar tudo no mesmo cesto, como se fossem a mesma coisa.Existem semelhanças, como a existência de uma rede na qual esse ativo trafegará pela emissão de tokens (representações digitais); e os chamados "contratos inteligentes" (smart contracts), programas que executam transações de forma automática assim que determinadas condições são atendidas.Entretanto, como afirmou Bernardo Srur, "criptomoedas como o bitcoin, por exemplo, são completamente diferentes" do projeto envolvendo o real digital brasileiro. Ele explicou que a primeira grande diferença "é a forma de valorização e o seu lastro".Ele ainda apontou que "o bitcoin é descentralizado. Portanto sem controle de órgão monetário. Ao passo que o real digital terá o BC como agente, que controlará esse ativo".O que o Brasil tem a ganhar com a tecnologia?Ambos os analistas consultados pela Sputnik Brasil apontaram que existem muitos benefícios quando o assunto é o desenvolvimento de novas formas para uso do dinheiro digital.Um deles é a redução do custo de criação e manutenção de contratos financeiros por meio de padronização e interoperabilidade. Outro é a chamada composição de serviços financeiros, ou composibilidade.A composibilidade é um conceito. Os serviços financeiros são regidos por programas de computador que verificam transações, liquidam valores e realizam operações predeterminadas, como transferências imediatas após a assinatura de um contrato.O real digital, embora não seja uma criptomoeda, deverá ser compatível com funções avançadas como essas.Para Marilyn Hahn, "a ideia do BC é fomentar novas ideias de negócio para alcançar novos contratos e novos tipos de negociações. Existem múltiplas possibilidades para o uso do real digital, mas em um primeiro momento ele será utilizado para fazer políticas monetárias".Ela explicou que o real digital estará "integralmente conectado on-line para transações digitais". Isso significa, na prática, "facilidade maior, e menores custos, em transferências entre bancos".Inevitáveis crimes cibernéticosEmbora o combate aos crimes cibernéticos seja uma prioridade no projeto do BC do Brasil, a entidade ainda não confirmou se usará tecnologia blockchain para proteger o real digital dos criminosos cibernéticos.Embora o conceito das CBDCs tenha vindo do mundo das criptomoedas, os projetos em andamento no mundo em geral usam uma tecnologia de proteção chamada Distributed Ledger Technology (DLT).DLT e blockchain têm em comum o conceito de um livro de registro de transações, um banco de dados. Toda blockchain é DLT, mas nem toda DLT é blockchain. Elas diferem sobretudo na questão do acesso aos dados em uma determinada rede. Para a tecnologia blockchain, o acesso é público.Marilyn Hahn avalia que independentemente da tecnologia, ela deve dar resiliência cibernética ao projeto, embora seja improvável determinar os cursos que tomarão as fraudes e golpes cibernéticos, "cada vez mais engenhosos". O que importa, por outro lado, "é que o dinheiro está lastreado".A especialista espera que, neste primeiro momento do projeto, o BC possa trabalhar na elaboração de "políticas monetárias que estejam de maior acordo com as demandas da população e da economia brasileira", pois isso "permitirá a entrada de novos agentes no mercado".
https://noticiabrasil.net.br/20220920/pcc-hackers-norte-coreanos-e-golpistas-no-brasil-como-criptomoedas-se-tornaram-arma-para-o-crime-24842988.html
https://noticiabrasil.net.br/20221215/como-a-regulamentacao-das-criptomoedas-impactara-o-setor-no-brasil-26433014.html
https://noticiabrasil.net.br/20230116/token-do-golfo-persico-ira-e-russia-supostamente-ponderam-criar-moeda-digital-comum-27007437.html
https://noticiabrasil.net.br/20221210/russia-eua-gastarao-us-11-bilhoes-em-ataques-ciberneticos-contra-governos-inconvenientes-26360442.html
https://noticiabrasil.net.br/20220518/crash-do-bitcoin-prova-que-nenhum-ativo-esta-imune-as-flutuacoes-de-mercado-22693206.html
brasil
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2023
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/03/1f/17241238_0:0:1024:768_1920x0_80_0_0_921ed57f8c457dab376bcbaebcfcbc41.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
brasil, luiz inácio lula da silva, segurança digital, dinheiro, lavagem de dinheiro, ciberataque, ataque cibernético, crime cibernético, cibersegurança, criptomoeda, américas, exclusiva, banco central do brasil, real digital, podcast, jabuticaba sem caroço
brasil, luiz inácio lula da silva, segurança digital, dinheiro, lavagem de dinheiro, ciberataque, ataque cibernético, crime cibernético, cibersegurança, criptomoeda, américas, exclusiva, banco central do brasil, real digital, podcast, jabuticaba sem caroço
Desde o lançamento, em 2008, do bitcoin, a criptomoeda mais conhecida do mundo, economistas do mundo inteiro apontaram um fato inevitável: o futuro seria marcado pelo surgimento de novas formas de dinheiro digital.
Desse modo, para evitar os riscos de moedas que são emitidas por agentes do mercado financeiro e não pelos bancos centrais, como o próprio bitcoin, os países precisariam se adaptar à nova realidade.
O setor bancário brasileiro está prestes a dar esse passo. O Brasil lançará neste ano o real digital, uma moeda virtual que ficará sob o controle do
Banco Central (BC) brasileiro. Países como China, Suíça e Uruguai já estão aderindo a esse tipo de ativo, enquanto
o Brasil estuda o seu modelo visando ao lançamento em um futuro próximo.
Para o
episódio 215 do podcast Jabuticaba Sem Caroço, da Sputnik Brasil, as jornalistas
Bárbara Pereira e
Francini Augusto conversaram com Marilyn Hahn, especialista em finanças e economia, e Bernardo Srur, diretor-presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
As moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) estão sendo desenvolvidas em cerca de 90 países, com a promessa de reinventar a política monetária internacional. Em razão da precocidade do fenômeno, as consequências do advento das moedas digitais ainda são objeto de estudo.
No entanto, como garantiu Marilyn Hahn, é possível assegurar de antemão algumas características sobre o dinheiro digital brasileiro que moldará o futuro econômico do país. Ela destacou, por exemplo, que o real digital não será como uma criptomoeda qualquer.
O Banco Central do Brasil já frisou reiteradas vezes que o real digital não será mais uma criptomoeda. As características da tecnologia ainda não estão definidas e deverão ser melhor esclarecidas ainda no primeiro semestre, no lançamento do projeto-piloto para testes com a privacidade e segurança da rede.
20 de setembro 2022, 09:00
"É, na prática, uma extensão da nossa moeda em papel", disse ela, explicando que "quando o BC emite papel-moeda, existem várias formas de emissão, como o papel e o Pix, que é digital".
"O real digital tem como objetivo criar uma nova estrutura bancária a partir de blockchain. Isso facilita romper uma série de barreiras ao oferecer maior padronização do sistema, mais alcance e maior rastreabilidade do dinheiro, que são os pontos mais importantes para o BC e para o consumidor."
Bitcoin é 'completamente diferente'
Existe uma confusão quando o assunto é real digital e criptomoedas. Muitas vezes a opinião pública tende a colocar tudo no mesmo cesto, como se fossem a mesma coisa.
Existem semelhanças, como a existência de uma rede na qual esse ativo trafegará pela emissão de tokens (representações digitais); e os chamados "contratos inteligentes" (smart contracts), programas que executam transações de forma automática assim que determinadas condições são atendidas.
Entretanto, como afirmou Bernardo Srur, "criptomoedas como o bitcoin, por exemplo, são completamente diferentes" do projeto envolvendo o real digital brasileiro. Ele explicou que a primeira grande diferença "é a forma de valorização e o seu lastro".
15 de dezembro 2022, 09:00
"O bitcoin valoriza pela segurança da sua rede, e o seu valor é dado pelo mercado por meio de compra e venda. O real digital será emitido pelo Estado, existe um ente que controla sua emissão e propagação", comentou.
Ele ainda apontou que "o bitcoin é descentralizado. Portanto sem controle de órgão monetário. Ao passo que o real digital terá o BC como agente, que controlará esse ativo".
O que o Brasil tem a ganhar com a tecnologia?
Ambos os analistas consultados pela Sputnik Brasil apontaram que existem muitos benefícios quando o assunto é o desenvolvimento de novas formas para uso do dinheiro digital.
Um deles é a redução do custo de criação e manutenção de contratos financeiros por meio de padronização e interoperabilidade. Outro é a chamada composição de serviços financeiros, ou composibilidade.
A composibilidade é um conceito. Os serviços financeiros são regidos por programas de computador que verificam transações, liquidam valores e realizam operações predeterminadas, como transferências imediatas após a assinatura de um contrato.
16 de janeiro 2023, 10:38
O real digital, embora não seja uma criptomoeda, deverá ser compatível com funções avançadas como essas.
Para Marilyn Hahn, "
a ideia do BC é fomentar novas ideias de negócio para alcançar novos contratos e novos tipos de negociações. Existem múltiplas possibilidades para o uso do real digital, mas em um primeiro momento ele será utilizado para fazer políticas monetárias".
Ela explicou que o real digital estará "integralmente conectado on-line para transações digitais". Isso significa, na prática, "facilidade maior, e menores custos, em transferências entre bancos".
"O Pix é um grande benefício, e a gente ainda está apredendo bastante com ele. O real digital vem mais ou menos nessa linha, para dar maior transparência, reduzir custos do sistema, prevenir lavagem de dinheiro e corrupção", afirmou.
Inevitáveis crimes cibernéticos
Embora o combate aos crimes cibernéticos seja uma prioridade no projeto do BC do Brasil, a entidade ainda não confirmou se usará tecnologia blockchain para proteger o real digital dos criminosos cibernéticos.
10 de dezembro 2022, 03:53
Embora o conceito das CBDCs tenha vindo do mundo das criptomoedas, os projetos em andamento no mundo em geral usam uma tecnologia de proteção chamada Distributed Ledger Technology (DLT).
DLT e blockchain têm em comum o conceito de um livro de registro de transações, um banco de dados. Toda blockchain é DLT, mas nem toda DLT é blockchain. Elas diferem sobretudo na questão do acesso aos dados em uma determinada rede. Para a tecnologia blockchain, o acesso é público.
Marilyn Hahn avalia que independentemente da tecnologia, ela deve dar resiliência cibernética ao projeto, embora seja improvável determinar os cursos que tomarão as fraudes e golpes cibernéticos, "cada vez mais engenhosos". O que importa, por outro lado, "é que o dinheiro está lastreado".
A especialista espera que, neste primeiro momento do projeto, o BC possa trabalhar na elaboração de "políticas monetárias que estejam de maior acordo com as demandas da população e da economia brasileira", pois isso "permitirá a entrada de novos agentes no mercado".