https://noticiabrasil.net.br/20230420/intervencao-direta-de-washington-poderia-minar-ainda-mais-a-seguranca-do-sudao-opina-analista--28518809.html
Intervenção direta de Washington poderia minar ainda mais a segurança do Sudão, opina analista
Intervenção direta de Washington poderia minar ainda mais a segurança do Sudão, opina analista
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O Reino Unido, os EUA, os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita são os principais instigadores da crise que se vive no Sudão, afirmou à Sputnik o assessor e... 20.04.2023, Sputnik Brasil
2023-04-20T06:07-0300
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O analista apontou que as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) do Sudão são participantes diretos deste conflito e nele também estão envolvidos os integrantes do chamado quarteto da ONU, que têm encorajado os militares de todas as formas possíveis.Awad Alla Nawai chamou a atenção para a recente conversa entre secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, com o comandante das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, e sublinhou que tal diálogo não é surpreendente, uma vez que existe uma cooperação ativa com diversos países, incluindo com os Estados Unidos. O especialista enfatizou que o Sudão foi abalado primeiro pelas sanções americanas e depois pela revolução. Agora, se as Forças de Apoio Rápido conseguirem aviões de combate, esta guerra se prolongará por vários anos. Awad Alla Nawai assinalou que a situação se complica ainda mais pela existência de numerosos problemas econômicos e a emigração da população. No sábado (15), eclodiram confrontos violentos entre o Exército regular sudanês e as RSF, com epicentro localizado em Cartum. As forças do governo acusaram as RSF de motim e lançaram ataques aéreos contra suas bases. Segundo dados do Ministério da Saúde do Sudão, cerca de 270 pessoas foram mortas nos quatro dias de confrontos e outras 2.600 ficaram feridas.Em 18 de abril, os presidentes do Sudão do Sul, do Quênia e do Djibuti, três dos oito países que integram, juntamente com o Sudão, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, em inglês) foram obrigados a cancelar a viagem a Cartum devido aos contínuos combates. Isto foi comunicado em Juba pelo jornal Sudan Tribune, que cita Tut Gatluak, conselheiro de segurança do governante sul-sudanês Salva Kiir. A IGAD instou as partes em conflito a cessar as hostilidades de forma imediata e incondicional, a reduzir as tensões, a permitir o acesso humanitário sem restrições e a garantir que os cidadãos sudaneses observam o mês sagrado do Ramadã em paz. Com o envio de uma delegação de alto nível a Cartum, o bloco regional procurou convencer os líderes das facções rivais a retomar as negociações sobre as questões pendentes, incluindo a segurança e a reforma militar no Sudão.
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Intervenção direta de Washington poderia minar ainda mais a segurança do Sudão, opina analista
06:07 20.04.2023 (atualizado: 06:43 20.04.2023) O Reino Unido, os EUA, os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita são os principais instigadores da crise que se vive no Sudão, afirmou à Sputnik o assessor e analista político sudanês Awad Alla Nawai.
O analista apontou que as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) do Sudão são participantes diretos deste conflito e nele também estão envolvidos os integrantes do chamado quarteto da ONU, que têm encorajado os militares de todas as formas possíveis.
Awad Alla Nawai chamou a atenção para a
recente conversa entre secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, com o comandante das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, e sublinhou que
tal diálogo não é surpreendente, uma vez que existe uma cooperação ativa com diversos países, incluindo com os Estados Unidos. "Uma intervenção direta de Washington poderia minar ainda mais a segurança do país e da região. De qualquer forma, os principais instigadores da crise desde o início foram o Reino Unido, os Estados Unidos, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, em particular o chamado quarteto", criticou o analista político sudanês.
O especialista enfatizou que o Sudão foi abalado primeiro pelas
sanções americanas e depois pela revolução. Agora,
se as Forças de Apoio Rápido conseguirem aviões de combate, esta guerra se prolongará por vários anos. "Neste momento, o Sudão não é diferente da Somália, onde vários grupos armados arruinaram o país", concluiu o especialista.
Awad Alla Nawai assinalou que a situação se complica ainda mais pela existência de numerosos problemas econômicos e a emigração da população.
"No Sudão não existe apenas uma crise, mas uma guerra em grande escala, que constitui uma grave ameaça", advertiu o analista.
No sábado (15), eclodiram confrontos violentos entre o Exército regular sudanês e as RSF, com epicentro localizado em Cartum. As forças do governo acusaram as RSF de motim e lançaram ataques aéreos contra suas bases. Segundo dados do Ministério da Saúde do Sudão, cerca de 270 pessoas foram mortas nos quatro dias de confrontos e outras 2.600 ficaram feridas.
Em 18 de abril, os presidentes do Sudão do Sul, do Quênia e do Djibuti, três dos oito países que integram, juntamente com o Sudão, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, em inglês) foram obrigados a cancelar a viagem a Cartum devido aos contínuos combates.
Isto
foi comunicado em Juba pelo jornal Sudan Tribune, que cita Tut Gatluak, conselheiro de segurança do governante sul-sudanês Salva Kiir.
A IGAD instou as partes em conflito a cessar as hostilidades de forma imediata e incondicional, a reduzir as tensões, a permitir o acesso humanitário sem restrições e a garantir que os cidadãos sudaneses observam o mês sagrado do Ramadã em paz.
Com o envio de uma delegação de alto nível a Cartum,
o bloco regional procurou convencer
os líderes das facções rivais a retomar as negociações sobre as questões pendentes, incluindo a segurança e a reforma militar no Sudão.