Rússia e China se pronunciam contra medidas anunciadas no G7: 'Empenho para fazer contenção dupla'
© AP Photo / Mark SchiefelbeinBandeiras russa, esquerda e chinesa sobre uma mesa antes de uma cerimônia de assinatura no Grande Salão do Povo em Pequim, sexta-feira, 8 de junho de 2018. A cooperação entre a Rússia e a China está em alta, disse o presidente russo Vladimir Putin seu homólogo chinês, Xi Jinping, em uma reunião na sexta-feira antes de uma cúpula com seus dois países e seis estados asiáticos.
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Chanceler russo disse que Ocidente está pressionando países para cortar laços comerciais e econômicos com a Rússia. Já Pequim relembrou que o tempo em que "alguns países do Ocidente interferiam arbitrariamente nos assuntos internos de outros países acabou para sempre".
Neste final de semana está acontecendo a cúpula do G7 no Japão. Antes mesmo do evento acontecer, já era ventilado na mídia que os países anunciariam medidas contra China e Rússia.
E o que aconteceu não foi diferente disto. Na sexta-feira (19) foi divulgado, durante o evento, novas sanções contra Moscou por diversas nações presentes e hoje (20) os países do grupo anunciaram a criação de uma plataforma para combater a coerção econômica com foco em Pequim.
Moscou se pronunciou através do chanceler, Sergei Lavrov, o qual disse que as decisões da cúpula do G7 visam conter Rússia e China.
"Entramos em uma fase de confronto agudo com um bloco agressivo composto pelos Estados Unidos, a União Europeia e OTAN. Olhe para as decisões sendo discutidas e tomadas hoje [20] em Hiroshima na cúpula do G7 que visam a contenção dupla da Rússia e da República Popular da China. A tarefa foi definida em voz alta e abertamente: derrotar a Rússia no campo de batalha, mas não parar por aí, mas eliminá-la como um competidor geopolítico", afirmou o chanceler neste sábado (20) em uma assembleia do think tank russo Conselho de Política Externa e de Defesa.
Já Pequim se pronunciou também através de sua chancelaria e disse que se opõe firmemente à declaração conjunta do G7. O país asiático reclamou diretamente ao organizador da cúpula, o Japão, segundo a Reuters.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que o G7, desconsiderando as preocupações chinesas, a atacou e interferiu em seus assuntos internos, incluindo Taiwan. A China expressou sua forte insatisfação e apresentou severas representações ao Japão.
"Independentemente das sérias preocupações da China, o G7 insiste em manipular questões relacionadas à China, difamando, atacando e interferindo violentamente nos assuntos internos da chineses. A China expressou forte insatisfação e firme oposição a isso e fez sérias representações ao organizador da cúpula, Japão e outras partes relevantes", disse o ministério.
A pasta também argumentou que o tempo em que "alguns países desenvolvidos do Ocidente interferiam arbitrariamente nos assuntos internos de outros países e manipulavam os assuntos globais acabou para sempre" e instou o G7 a "se concentrar em resolver seus próprios problemas, parar de formar grupos fechados e exclusivos, pare de conter e oprimir outros países, pare de criar e provocar confrontos entre campos e volte ao diálogo e à cooperação".