Aécio Neves é absolvido da acusação de corrupção passiva: 'Fui vítima de uma grande armadilha'
17:51 27.07.2023 (atualizado: 06:50 28.07.2023)
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilO então senador Aécio Neves (PSDB-MG), hoje deputado federal, fala à imprensa após o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra si, pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça, Brasília, 17 de abril de 2018
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, confirmou nesta quinta-feira (27) a decisão que absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) da acusação de recebimento de propina de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da J&F.
De acordo com o Estadão, o julgamento na 11ª turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) começou em junho de 2023 e foi retomado nesta quinta-feira depois de um pedido de vista do desembargador Fausto de Sanctis.
O TRF analisava um recurso do Ministério Público Federal contra uma decisão da Justiça Federal em São Paulo, que em março de 2022 absolveu o hoje deputado federal Aécio Neves, a irmã dele, Andrea Neves, o primo, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima.
"Eu sei o que eu e minha família passamos durante esse período, os ataques, eles vinham de todos os lados, não havia nem como se defender, não havia espaço pra verdade. E hoje depois de uma investigação profunda o que dizem por unanimidade os juízes: que eu na verdade fui vítima de uma grande armadilha, armadilha feita por aqueles que, repito, tinham um projeto político e deveriam zelar pelo cumprimento da justiça."
Na primeira sessão de julgamento, no mês passado, o relator do processo, o desembargador José Lunardelli, já tinha votado por manter a absolvição. Nesta quinta, os desembargadores Fausto de Sanctis e Nino Toldo seguiram o entendimento do relator e também decidiram que os quatro réus devem ser absolvidos na segunda instância.
Em 2017, a Procuradoria-Geral da República (PGR), na gestão de Rodrigo Janot, acusou Aécio e Andrea de terem recebido R$ 2 milhões em propina do grupo J&F (com base em uma delação de Joesley Batista), algo que Aécio sempre negou, afirmando que era inocente.
A defesa do parlamentar considera a vitória emblemática afirmando que Aécio foi vítima de uma trama política e que o STF se precipitou quando impôs o afastamento do então senador do cargo e depois essa medida foi revista pelo Senado.
"Nós consideramos a absolvição do então senador Aécio Neves, agora reafirmada por unanimidade de votos pelo TRF-3 uma vitória não apenas da defesa, mas da própria cidadania. E a Justiça recolocando os fatos e a verdade em seu lugar."