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EUA decidem 'transferir a culpa' pelo 'desastre' da contraofensiva da Ucrânia, diz especialista
EUA decidem 'transferir a culpa' pelo 'desastre' da contraofensiva da Ucrânia, diz especialista
Sputnik Brasil
A Ucrânia pode ter apenas um mês de combate pela frente, afirmou o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, em entrevista à imprensa estatal do... 12.09.2023, Sputnik Brasil
2023-09-12T13:15-0300
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O regime de Kiev sofreu perdas tais na sua tentativa de contraofensiva que "nunca deveria ter ocorrido" que "poderia levar cerca de 30 dias até que o Exército ucraniano ficasse completamente sem munições e mão de obra", disse o tenente-coronel reformado do Exército dos EUA Earl Rasmussen à Sputnik.Quanto à iminente mudança no clima, "será tão ruim que [os militares ucranianos] não conseguirão avançar e se tornarão ainda mais alvos da artilharia e das ações defensivas russas", disse o consultor internacional especializado em geopolítica e assuntos militares.'Missão suicida'"Não consigo imaginar os ucranianos fazendo muita coisa neste momento. Não há como eles conseguirem, mesmo que quisessem [...] antes do tempo. Sempre disse que esta ofensiva era uma missão suicida e, com o tempo chegando [clima frio], seria definitivamente uma missão suicida tentar avançar", disse Rasmussen.O especialista estava comentando a recente previsão oferecida por Mark Milley sobre quanto tempo os militares da Ucrânia tinham à sua disposição até que a lama e o inverno (do Hemisfério Norte) chegassem."Vamos pegar um resfriado, como você mencionou. Vai começar, as chuvas vão chegar, vai ficar muito lamacento e será muito difícil manobrar [...], e então você chegará ao inverno intenso, e então nesse ponto veremos para onde as coisas vão. Mas neste momento é muito cedo para dizer se esta ofensiva falhou ou não falhou", disse Milley."O Ocidente gostaria de ver esta ofensiva continuar", disse Earl Rasmussen, mesmo que "os realistas digam que isso não está funcionando". É por isso que estamos assistindo aos EUA aumentarem ainda mais a ajuda, declarou.Muito se tem falado sobre o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia, como os Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (Atacms), e tem havido uma corrida para tentar obter caças F-16 que o regime de Zelensky tem clamado, lembrou o especialista. Os chefes norte-americanos de Kiev vão poder pressionar os ucranianos a continuarem com a ofensiva por mais 30 dias, e talvez até durante o inverno, acrescentou Rasmussen.Tentando pintar a contraofensiva hesitante sob uma luz "melhor", o Ocidente tem se envolvido em retóricas como: "Oh, eles romperam a primeira linha de defesa!", disse o especialista.Quanto às táticas dos militares russos, "eles têm de três a cinco linhas de defesa, e se as forças ucranianas romperem uma dessas linhas, então ocorrerão apenas mais perdas", disse Rasmussen, que ainda pontuou que a Ucrânia tem enfrentado problemas no recrutamento em meio às enormes perdas de militares ativos.Tendo em conta a saída maciça de homens em idade de combate do país, os meios de comunicação alternativos e até mesmo alguns meios de comunicação tradicionais têm relatado casos de oficiais de recrutamento que agarram homens nas ruas, de restrições acrescidas a viagens para o exterior, e de subornos nas vezes em que as pessoas procuram evitar serem enviadas para lutar.Entretanto, existe a sensação de que há "dois campos diferentes" tomando forma "em segundo plano", acrescentou Rasmussen, apontando para a recente cúpula do G20 na Índia.A declaração da cúpula demonstrou uma "posição equilibrada sobre o conflito na Ucrânia", afirmou a representante russa (sherpa) no G20, Svetlana Lukash, acrescentando que metade dos membros do grupo se recusou a aceitar as narrativas ocidentais. As potências do Ocidente não conseguiram sequestrar a agenda do fórum intergovernamental em favor da crise da Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, na reunião de dois dias.Nos EUA, a maioria das pessoas não apoia a atual política de enviar mais dinheiro para o ralo da Ucrânia. Tendo em conta as eleições presidenciais de 2024 que se aproximam, a administração Biden está sob pressão interna por parte de um coro de vozes que apelam para que sua atenção se concentre nas questões internas.Jogo de culpa pelo 'desastre' da contraofensivaQuanto à tentativa do Ocidente de transferir a responsabilidade pelo fracasso da contraofensiva para a própria Ucrânia, era uma atitude esperada, segundo Rasmussen.No mês passado, começaram a surgir relatos de que estrategistas dos EUA "aconselharam a Ucrânia" a bombear mais tropas para "perfurar" as defesas e campos minados russos, mesmo que isso custasse um grande número de soldados e equipamento. Altos funcionários militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), incluindo o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, o comandante supremo aliado da OTAN na Europa, Christopher Cavoli, e o chefe do Estado-Maior de Defesa britânico, Tony Radakin, teriam realizado uma videochamada com o comando ucraniano para pressionar por uma mudança de foco.Os EUA têm dito descaradamente que têm trabalhado com os ucranianos, "planejando esta ofensiva" há meses, armando e treinando os militares, disse o especialista. Mas agora ouvimos críticas do Ocidente, que diz que "os ucranianos não são suficientemente corajosos ou basicamente agressivos o suficiente na ofensiva".Recentemente o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, embarcou para a Ucrânia, em uma visita surpresa de dois dias, em que anunciou entre US$ 175 milhões e US$ 200 milhões (cerca de R$ 867,1 milhões e R$ 991,1 milhões) em nova ajuda dos EUA. Blinken também disse que Washington notou um "bom progresso" na contraofensiva de Kiev. No entanto, a tão anunciada contraofensiva da Ucrânia, que teve início em 4 de junho, quase não obteve ganhos contra posições defensivas russas, fortemente entrincheiradas e multifacetadas.
https://noticiabrasil.net.br/20230910/pentagono-revela-quando-a-contraofensiva-de-kiev-cessara-devido-a-condicoes-climaticas-30252315.html
https://noticiabrasil.net.br/20230910/mesmo-com-fracassos-em-serie-kiev-revela-planos-para-continuar-contraofensiva-no-inverno-europeu-30248004.html
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EUA decidem 'transferir a culpa' pelo 'desastre' da contraofensiva da Ucrânia, diz especialista
13:15 12.09.2023 (atualizado: 19:01 12.09.2023) A Ucrânia pode ter apenas um mês de combate pela frente, afirmou o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, em entrevista à imprensa estatal do Reino Unido no domingo (10). No entanto, as enormes perdas sofridas por Kiev não perturbaram os EUA e a OTAN, que continuam a enviar mais carregamentos militares para a Ucrânia.
O regime de Kiev
sofreu perdas tais na sua
tentativa de contraofensiva que "nunca deveria ter ocorrido" que "poderia levar cerca de 30 dias até que o Exército ucraniano ficasse completamente sem munições e mão de obra", disse o tenente-coronel reformado do Exército dos EUA Earl Rasmussen à Sputnik.
Quanto à iminente mudança no clima, "será tão ruim que [os militares ucranianos] não conseguirão avançar e se tornarão ainda mais alvos da artilharia e das ações defensivas russas", disse o consultor internacional especializado em geopolítica e assuntos militares.
"Eles estão sem munição, o Ocidente está sem munição [...]. Eles não conseguem obter suprimentos com rapidez suficiente. Não só o clima influencia os '30 dias', há também muitas outras condições", disse o especialista.
"Não consigo imaginar os ucranianos fazendo muita coisa neste momento. Não há como eles conseguirem, mesmo que quisessem [...] antes do tempo. Sempre disse que esta ofensiva era uma
missão suicida e, com o tempo chegando [clima frio], seria
definitivamente uma missão suicida tentar avançar", disse Rasmussen.
O especialista estava comentando a recente previsão oferecida por Mark Milley sobre quanto tempo os
militares da Ucrânia tinham à sua disposição
até que a lama e o inverno (do Hemisfério Norte) chegassem.
"Ainda resta um tempo razoável, provavelmente cerca de 30 a 45 dias de combate neste clima, então os ucranianos não terminaram, essa batalha não acabou. E eles não conseguiram — eles não terminaram a parte de combate do que estão tentando realizar", disse o general do Pentágono em entrevista conjunta com o chefe do Estado-Maior de Defesa do Reino Unido, Tony Radakin, à mídia estatal britânica no domingo (10). Milley também garantiu que a Ucrânia estava mostrando "progressos muito constantes" e uma "profundidade de poder de combate" nas linhas de frente.
"Vamos pegar um resfriado, como você mencionou. Vai começar, as chuvas vão chegar,
vai ficar muito lamacento e será muito difícil manobrar [...], e então você chegará ao inverno intenso, e então nesse ponto veremos para onde as coisas vão. Mas neste momento é muito cedo para dizer se esta
ofensiva falhou ou não falhou", disse Milley.
10 de setembro 2023, 15:30
"
O Ocidente gostaria de ver esta ofensiva continuar", disse Earl Rasmussen, mesmo que "os realistas digam que isso não está funcionando". É por isso que estamos assistindo aos EUA
aumentarem ainda mais a ajuda, declarou.
"Neste momento, as indicações são que o Ocidente vai aumentar, aumentar ainda mais até certo ponto, ou pelo menos tentar sustentar a situação", afirmou a autoridade.
O presidente dos EUA, Joe Biden, forneceu a Kiev US$ 43,7 bilhões (cerca de R$ 216,6 bilhões) em ajuda militar desde que a Rússia lançou a sua operação militar especial na Ucrânia, de acordo com o Instituto Kiel para a Economia Mundial. Recentemente, os EUA anunciaram um novo pacote de segurança de US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões) para a Ucrânia, que vai incluir munições e equipamentos que aumentam as defesas aéreas do país.
Muito se tem falado sobre o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia, como os Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (Atacms), e tem havido uma corrida para tentar obter caças F-16 que o
regime de Zelensky tem clamado, lembrou o especialista. Os chefes norte-americanos de Kiev
vão poder pressionar os ucranianos a continuarem com a ofensiva por mais 30 dias, e talvez até durante o inverno, acrescentou Rasmussen.
Tentando pintar a
contraofensiva hesitante sob uma luz "melhor", o Ocidente tem se envolvido em retóricas como: "Oh, eles romperam a primeira linha de defesa!", disse o especialista.
"Sabemos que eles podem avançar algumas centenas de metros até uma pequena cidade, [...] uma vila [...]. Então eles recuam, [...] não houve veículos blindados ou equipamentos pesados que tenham ultrapassado a primeira linha", pontuou.
Quanto às táticas dos
militares russos, "eles têm de três a cinco linhas de defesa, e se as forças ucranianas romperem uma dessas linhas, então
ocorrerão apenas mais perdas", disse Rasmussen, que ainda pontuou que a Ucrânia tem enfrentado problemas no recrutamento em meio às enormes perdas de militares ativos.
Tendo em conta a
saída maciça de homens em idade de combate do país, os meios de comunicação alternativos e até mesmo alguns meios de comunicação tradicionais têm
relatado casos de oficiais de recrutamento que
agarram homens nas ruas, de restrições acrescidas a viagens para o exterior, e de subornos nas vezes em que as pessoas procuram evitar serem enviadas para lutar.
Autoridades dos EUA estimam que até meio milhão de soldados foram mortos ou feridos na Ucrânia até o momento, com o Ministério da Defesa da Rússia calculando que Kiev perdeu mais de 43 mil soldados somente durante a contraofensiva de verão (no Hemisfério Norte).
10 de setembro 2023, 06:23
Entretanto, existe a sensação de que há "dois campos diferentes" tomando forma "em segundo plano", acrescentou Rasmussen, apontando para a recente
cúpula do G20 na Índia.
"Apesar do que o Ocidente tentou fazer, há uma resistência bastante forte. Não se viu nenhuma condenação direta à Rússia na declaração do G20 [...]. Talvez eles tenham visto o seu apoio enfraquecer", disse o especialista, acrescentando que há "uma resistência no Congresso [norte-americano] ao financiamento contínuo".
A declaração da cúpula demonstrou uma "posição equilibrada sobre o
conflito na Ucrânia", afirmou a representante russa (sherpa) no G20, Svetlana Lukash, acrescentando que metade dos membros do grupo
se recusou a aceitar as narrativas ocidentais. As potências do Ocidente não conseguiram sequestrar a agenda do fórum intergovernamental em favor da crise da Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, na reunião de dois dias.
Nos EUA, a maioria das pessoas não apoia a atual política de enviar mais dinheiro para o ralo da Ucrânia. Tendo em conta as
eleições presidenciais de 2024 que se aproximam, a administração Biden
está sob pressão interna por parte de um coro de vozes que apelam para que sua atenção se concentre nas questões internas.
"Penso que estamos descobrindo que o apoio está começando a diminuir e a se fragmentar nos bastidores", disse Earl Rasmussen.
8 de setembro 2023, 06:44
Jogo de culpa pelo 'desastre' da contraofensiva
Quanto à tentativa do Ocidente de
transferir a responsabilidade pelo fracasso da contraofensiva para a própria Ucrânia,
era uma atitude esperada, segundo Rasmussen.
No mês passado, começaram a surgir relatos de que estrategistas dos EUA "aconselharam a Ucrânia" a bombear mais tropas para "perfurar" as defesas e campos minados russos,
mesmo que isso custasse um grande número de soldados e equipamento. Altos funcionários militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), incluindo o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, o comandante supremo aliado da OTAN na Europa, Christopher Cavoli, e o chefe do Estado-Maior de Defesa britânico, Tony Radakin, teriam realizado uma videochamada com o
comando ucraniano para pressionar por uma
mudança de foco.
Os EUA têm dito descaradamente que têm trabalhado com os ucranianos, "planejando esta ofensiva" há meses,
armando e treinando os militares, disse o especialista. Mas agora ouvimos
críticas do Ocidente, que diz que "os ucranianos não são suficientemente corajosos ou basicamente agressivos o suficiente na ofensiva".
"Temos uma temporada eleitoral chegando aqui, pessoas concorrendo à presidência. Eles precisam transferir a culpa. Eles não querem assumir a culpa, então apontam o dedo: 'Nós demos a você tudo o que você queria, treinamos você [...]. Somos nós que dirigimos o trem nos bastidores.' Temos pessoal de tecnologia militar lá, temos informações sendo fornecidas, temos os políticos provavelmente em contato contínuo", disse ele.
Recentemente o
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, embarcou para a Ucrânia, em uma visita surpresa de dois dias, em que anunciou entre US$ 175 milhões e US$ 200 milhões (cerca de R$ 867,1 milhões e R$ 991,1 milhões) em nova ajuda dos EUA. Blinken também disse que
Washington notou um "bom progresso" na contraofensiva de Kiev. No entanto, a tão anunciada contraofensiva da Ucrânia, que teve início em 4 de junho, quase não obteve ganhos contra posições defensivas russas, fortemente entrincheiradas e multifacetadas.
Assim, sobre os patronos ocidentais do regime de Kiev, liderados pelos EUA, Earl Rasmussen concluiu que "eles estão tentando transferir a culpa? Absolutamente. Eles não querem assumir eles próprios a culpa por este desastre".