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Agropecuária: área cresce 50% em 38 anos e Amazônia ultrapassa Cerrado em extensão de pastagens

© Cícero R. C. Omena/Flickr/Creative Commons64% da expansão agropecuária brasileira é resultado do desmatamento para pastagem. Imagem de 21 de abril de 2014
64% da expansão agropecuária brasileira é resultado do desmatamento para pastagem. Imagem de 21 de abril de 2014 - Sputnik Brasil, 1920, 06.10.2023
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Um relatório inédito do MapBiomas revelou que entre 1985 e 2022 a área reservada para a agropecuária brasileira cresceu 50% em 38 anos e já corresponde a mais de 95 milhões de hectares, ou 10,6% do território nacional. A extensão é superior ao tamanho do Mato Grosso, que é o terceiro maior estado brasileiro.
E, pela primeira vez, a Amazônia superou o Cerrado como bioma com maior área de pastagens do país — em quase quatro décadas, a área de pasto na região saltou de 13,7 milhões de hectares para 57,7 milhões de hectares, em 2022.
Porém o Cerrado ainda lidera em extensão agrícola, com metade das lavouras de soja.

"Em 1985, a atividade respondia por pouco mais de um quinto da área do Brasil, ou 187,3 milhões de hectares. Em quase quatro décadas essa área saltou para 282,5 milhões de hectares, ou um terço do território nacional. Desse total, 58% são de pastagens, que tiveram um crescimento de mais de 60% entre 1985 e 2022", frisa o estudo.

De acordo com o estudo, 64% da expansão agropecuária brasileira é resultado do desmatamento para pastagem. "O desmatamento direto para agricultura responde por outros 10% da expansão da agropecuária no Brasil, equivalentes a 10 milhões de hectares. Um quarto (26%) da expansão da agricultura ocorreu em áreas já antropizadas, ou 26,7 milhões de hectares", complementa o relatório.

Cultivo agrícola

Terceiro maior produtor de alimentos no mundo, o Brasil viu a área para cultivo agrícola crescer substancialmente em quase quatro décadas: a expansão da atividade chegou ao tamanho de quase duas vezes o estado do Paraná, saltando de 19,1 milhões de hectares para 61 milhões de hectares. "A quase totalidade (96%) é de lavouras de grãos e cana, que triplicaram em 38 anos", enfatiza o texto. Só a soja teve um aumento da área cultivada em quatro vezes.
Porém, o levantamento mostrou uma tendência de declínio para novas áreas agrícolas no país entre 2018 e 2022. "No entanto, embora as quantidades de área convertida tenham se mantido estáveis, a distribuição geográfica dessas conversões variou ao longo dos períodos. As novas fronteiras agrícolas se concentram no Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, nas fronteiras do desmatamento amazônico no Acre, Amazonas e Rondônia e no bioma Pampa."
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, segura placa demarcando Terras Indígenas, ao lado da presidente da Fundação Nacional do Índio, Joenia Wapichana, à esquerda, e da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, durante cerimônia em comemoração ao Dia da Amazônia, em Brasília, Brasil, 5 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 05.09.2023
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Vegetação nativa e pastagens

Nos últimos 38 anos, a conversão de vegetação nativa para pastagem se manteve em altos patamares, com um curto período de queda de 2008 a 2012. Na Amazônia, quase metade dessas áreas é nova (45,3%) — três em cada quatro hectares de pasto no bioma foram formados a partir de 1990.

"Entre 1985 e 2022, os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão para pastagem foram Pará (18,5 milhões de hectares), Mato Grosso (15,5 milhões de hectares), Rondônia (7,4 milhões de hectares), Maranhão (5,4 milhões de hectares) e Tocantins (4,5 milhões de hectares)", aponta o relatório.

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