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Hegemonia mundial dos EUA é coisa do passado, mas Ocidente finge que existe, opina especialista

© AFP 2023 / Mohammed AbedPalestinos evacuam de bairro em Gaza durante bombardeios de Israel, em 11 de outubro de 2023
Palestinos evacuam de bairro em Gaza durante bombardeios de Israel, em 11 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2023
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O brutal ataque de foguetes e a infiltração repentina de militantes do movimento Hamas nos territórios de Israel, onde o grupo encontrou pouca ou nenhuma resistência, tornaram-se uma alerta para Washington e Tel Aviv.
No entanto, o conflito em erupção é o resultado de uma série de erros cometidos pela comunidade internacional e pelos EUA, em particular, durante o seu momento unipolar, de acordo com Aleksandr Asafov, cientista político e membro da Associação Russa de Consultores Políticos.
Em sua opinião, tornou-se aparente o fim da Pax Americana – uma era quando Washington e seus aliados tinham uma "vantagem decisiva".
No entanto, continuo ele, há tentativas óbvias, e existirão por algum tempo, de fingir que esse "império" continua a existir.

"Vemos este processo agora. [...] Embora já seja óbvio que vivemos em um mundo multipolar, em que novos laços estão surgindo, os antigos estão desaparecendo, novas alianças e acordos estão surgindo, os antigos estão desaparecendo. Esta mudança ocorre, inclusive, através da dor e de conflitos", disse ele.

Segundo Asafov, os EUA e seus aliados ocidentais não buscaram maneiras de resolver as contradições de uma vez por todas: eles capitalizaram as feridas purulentas das crises locais no Oriente Médio, África, Ásia Central e em outros lugares.

"A hegemonia mundial [dos EUA] tem mantido muitos conflitos latentes por meio de manipulação, pressão forçada e várias outras ferramentas que eles chamam de poder 'suave' ou 'inteligente'", continuou o cientista político.

Além disso, ele enfatizou que Washington fez isso deliberadamente, porque isso ajudou a ganhar dinheiro e garantir uma certa influência e controle através de conflitos adormecidos.
Por sua vez, o dr. Marco Marsili, colega associado do Centro de Investigação e Análise Estratégica, que ocupa cargos de pesquisa em importantes instituições civis e militares em Portugal, no Reino Unido e na Itália, afirmou que a questão palestina não está resolvida e que os acontecimentos recentes da escalada demostram que "ainda está a arder".
Mais cedo, interlocutores da Sputnik advertiram que os destacamentos navais dos EUA e do Reino Unido perto da região poderiam atiçar ainda mais as chamas da crise, em vez de acalmá-la, já que o Irã e o Hezbollah do Líbano podem considerar o crescimento militar ocidental uma provocação e uma ameaça.
Asafov observa que as velhas regras de demonstração de força e intimidação não funcionam, e os jogadores internacionais precisam agir com cuidado para evitar conflitos maiores.
Assim, segundo ele, a militarização irresponsável da Ucrânia, Taiwan e Israel tornará o mundo menos seguro e mais turbulento.

"Só assim eles poderiam mostrar que suas regras antigas, regras de bloco – não civilizacionais baseadas em valores, mas regras coloniais baseadas em ganhos financeiros e bombeamento de recursos de outros países – ainda funcionam e podem se defender", enfatizou ele.

Contudo, essas regras coloniais não funcionam mais, concluiu o especialista político, o que significa que os atores globais e regionais teriam que se sentar à mesa de negociação como iguais e encontrar as soluções para as crises urgentes, incluindo o conflito em desenvolvimento na Faixa de Gaza.
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