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'Genocídio' em Gaza: diretor do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pede demissão

© AP Photo / Ali MahmoudMenino palestino diante de edifícios destruídos por bombardeio israelense em Al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza, em 20 de outubro de 2023
Menino palestino diante de edifícios destruídos por bombardeio israelense em Al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza, em 20 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2023
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Em carta de demissão, Craig Mokhiber diz que a ONU fracassou perante a comunidade internacional e se rendeu ao poder dos EUA e ao lobby de Israel.
O diretor do gabinete de Nova York do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu demissão do cargo nesta terça-feira (31), citando como justificativa o fracasso da organização em impedir o que chamou de genocídio perpetrado por Israel contra palestinos na Faixa de Gaza.
Em sua carta de demissão, Craig Mokhiber afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) fracassou perante a comunidade internacional.

"Escrevo em um momento de grande angústia para o mundo, inclusive para muitos de nossos colegas. Mais uma vez, estamos assistindo a um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a organização a que servimos parece impotente para impedi-lo. Como alguém que investiga os direitos humanos na Palestina desde a década de 1980, viveu em Gaza como conselheiro de direitos humanos da ONU na década de 1990 e realizou várias missões de direitos humanos para o país [EUA] antes e depois, isso é profundamente pessoal para mim", escreveu.

Mokhiber criticou a ONU por ter se rendido ao lobby de Israel e ao poder dos EUA e lamentou o fato de a organização ter perdido a credibilidade.
"Nas últimas décadas, partes importantes da ONU renderam-se ao poder dos EUA e ao medo do lobby de Israel para abandonar esses princípios [dos direitos humanos] e se afastar do próprio direito internacional. Perdemos muito com esse abandono, inclusive nossa própria credibilidade global."
Embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, em assembleia nas Nações Unidas, 31 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2023
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Ele ressaltou que, no contexto atual, as exigências impostas à ONU para que a organização tome medidas eficazes são maiores do que nunca. "Mas nós não enfrentamos o desafio. O poder de proteção do Conselho de Segurança da ONU foi novamente travado pela intransigência dos EUA", criticou.
Na carta, Mokhiber também ressaltou que as ações tomadas pelo governo israelense não representam o povo judeu.
Ele citou um protesto realizado em Nova York no qual milhares de defensores dos direitos humanos judeus se solidarizaram com o povo palestino e exigiram o fim da tirania israelense.

"Ao fazer isso, eles eliminaram o argumento de que Israel, de alguma forma, representa o povo judeu. Não representa. E, como tal, Israel é o único responsável pelos seus crimes", disse Mokhiber, acrescentando que "as críticas à violação dos direitos humanos em Israel não são antissemitas".

A carta de demissão reflete o posicionamento do agora ex-diretor divulgado na última segunda-feira (30), em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), na qual afirmou que o genocídio na Faixa de Gaza é produto de décadas de impunidade israelense sustentada pelos EUA e por outros governos ocidentais.

"O genocídio que estamos testemunhando na Palestina é o produto de décadas de impunidade israelense sustentada pelos EUA e por outros governos ocidentais e de décadas de desumanização do povo palestino pelos meios de comunicação corporativistas ocidentais. Ambos devem acabar agora. Defenda os direitos humanos", escreveu Mokhiber.

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