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Israel volta a cortar Internet e telefone na Faixa de Gaza

© AP Photo / Hatem AliPalestinos buscam por sobreviventes em meio aos destroços na Faixa de Gaza. Rafah, 31 de outubro de 2023
Palestinos buscam por sobreviventes em meio aos destroços na Faixa de Gaza. Rafah, 31 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 01.11.2023
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Menos de três dias após o restabelecimento das comunicações na Faixa de Gaza, Israel voltou a cortar Internet e telefone de quase 2,3 milhões de pessoas que vivem no território. A informação foi confirmada pela agência de telecomunicações palestina nesta quarta-feira (1º) nas redes sociais.

"Ao nosso bom povo no amado país, lamentamos anunciar que as comunicações e os serviços de Internet foram completamente cortados em Gaza", disse a Companhia Palestina de Telecomunicações (Paltel) no X.

A mesma medida foi tomada pelo governo israelense na última sexta-feira (27), quando os ataques contra Gaza foram intensificados. Na data, também aconteceu uma rápida incursão terrestre na área mais populosa da região, com combates intensos com o Hamas.
O corte das comunicações foi criticado por instituições ao redor do mundo, especialmente aquelas ligadas a serviços humanitários, como agências da ONU e Médicos Sem Fronteiras, e os políticos de Gaza. Até mesmo o bilionário americano Elon Musk se voluntariou a providenciar Internet para ONGs internacionais na região através do serviço Starlink, de sua empresa de exploração espacial SpaceX.
Com isso, hospitais também ficaram sem comunicação e até os atendimentos realizados por ambulâncias estavam comprometidos. O conflito já dura mais de 20 dias e pelo menos oito mil pessoas morreram em Gaza, sendo mais de 60% mulheres e crianças. Outras 21,5 mil ficaram feridas.
Em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, o Egito, que faz fronteira com Gaza através da passagem de Rafah, posicionou diversos tanques e veículos blindados na região. Também é nessa área que chega a ajuda humanitária, que até o momento levou pouco mais de 250 caminhões com alimentos, água e remédios. Segundo a ONU, são necessários pelo menos 300 por dia para atender as necessidades dos palestinos.

Diretor diz que há genocídio em Gaza

Ainda na terça (31), o diretor do escritório em Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Craig Mokhiber, que deixou o cargo para se aposentar, disse o Israel provoca um verdadeiro genocídio em Gaza. Além disso, o líder afirmou que a entidade falhou, além de estar submetida aos interesses e pressão dos Estados Unidos.

"Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a organização a que servimos parece impotente para impedi-lo. O mundo está assistindo. Todos nós seremos responsáveis por nossa posição nesse momento crucial da história", disse.

Oficialmente, a ONU não fala em genocídio, apesar de dizer que há crimes de guerra na região. Isso já levou Israel a suspender a emissão de passaportes para funcionários da entidade que iriam para o país.
Um documento do Ministério da Inteligência de Israel divulgado pela imprensa do país mostrou que tem planos para realocar toda a população da Faixa de Gaza para a península do Sinai, no Egito. As chamadas "cidades de barracas" seriam permanentes na região e a população forçada a deixar o território proibida de retornar.
Palestinos sentam-se nas ruínas de uma casa após um recente bombardeio nas ruas da Cidade de Gaza, na Palestina. - Sputnik Brasil, 1920, 31.10.2023
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A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o movimento fez um ataque surpresa com foguetes em grande escala que atingiu o território de Israel. Além disso, militantes atravessaram a fronteira pela região sul e provocaram milhares de mortes, além de sequestrar mais de 220 pessoas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.
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