'Roubo total': Rússia condena projeto de lei dos EUA que permite confiscar ativos russos congelados
07:26 08.11.2023 (atualizado: 07:35 08.11.2023)
© AP Photo / Carolyn KasterIan Krager com o gabinete do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA monta quatro bandeiras no palco antes de uma cerimônia da Medalha de Ouro do Congresso em homenagem à Polícia do Capitólio dos EUA, Washington, DC, Polícia Metropolitana e outros que protegeram o Capitólio dos EUA durante o 6 de janeiro de 2021
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O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA apoiou na terça-feira (7) um projeto de lei que dá ao presidente dos EUA o direito de confiscar ativos russos congelados e ao secretário de Estado o direito de canalizá-los para a reconstrução da Ucrânia.
O secretário de Estado terá autoridade para fornecer ajuda adicional à Ucrânia usando ativos apreendidos do Banco Central da Rússia ou outros ativos estrangeiros do país, de acordo com o projeto de lei.
"Todos os direitos, títulos e rendimentos dos bens soberanos russos confiscados […] devem ser transferidos para o governo dos Estados Unidos, se necessário, enquanto estão guardados no Fundo de Apoio à Ucrânia", segundo o documento.
O dinheiro do fundo, de acordo com o projeto de lei, está disponível para o secretário de Estado com o objetivo de "compensar a Ucrânia pelos danos sofridos", incluindo reconstrução e reabilitação, apoio humanitário à população e outros fins.
O vice-presidente do Conselho da Federação do Parlamento russo, Konstantin Kosachev, comentou essa iniciativa.
"Se os Estados Unidos decidirem apreender ativos russos e canalizá-los para a Ucrânia, será outra confirmação clara do fracasso da política externa dos EUA", escreveu Konstantin Kosachev em seu canal no Telegram.
Isso está ultrapassando a linha entre "comportamento civilizado e roubo total". Os Estados Unidos "estão se autorizando a ficar com os fundos de outras pessoas", explicou o membro do Parlamento russo.
"É claro que nenhum argumento a favor de tais decisões pode ser levado a sério a nível interestatal: se você não gosta da maneira como um país age em suas relações com outro país, isso é problema pessoal seu, mas certamente não é o direito de invadir a propriedade de outra pessoa", ressaltou Kosachev.
Depois de a Rússia ter lançado a sua operação militar especial na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, em resposta aos apelos das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk ante a intensificação dos ataques das tropas ucranianas, os Estados Unidos e seus aliados implementaram sanções abrangentes contra Moscou. Como resultado, centenas de bilhões de dólares das reservas do Banco Central russo e outros ativos ficaram retidos no Ocidente.
Moscou alertou repetidamente para o fato de as tentativas de confiscar bens russos constituírem uma expropriação de propriedade.