General da Força Aérea do Paraguai é preso em esquema de venda de armas para facções brasileiras
11:04 05.12.2023 (atualizado: 13:25 05.12.2023)
© Foto / Reprodução / Redes sociaisArturo Javier González Ocampo (sentado), ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, é preso durante a operação Dakovo, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia, em 5 de dezembro de 2023
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Nesta terça-feira (5) a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Dakovo, contra um grupo de traficantes de armas baseado no Paraguai. Chefiado pelo argentino Diego Hernan Dirísio, a quadrilha é suspeita de vender cerca de 43 mil armas a facções criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
A operação, feita em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e com o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, cumpriu 25 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 52 de busca e apreensão. Dirísio, considerado alvo principal das forças policiais e maior contrabandista de armas da América do Sul, ainda não foi localizado.
Até agora foram presos 5 suspeitos no Brasil e 11 no Paraguai. Entre os detidos pela polícia paraguaia está o general do ar, ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, Arturo Javier González Ocampo. O militar é acusado de utilizar sua influência na Direção de Material Bélico (Dimabel), órgão militar de controle de armas do país, para facilitar o aparelhamento da instituição pelos criminosos.
© Foto / Divulgação / Força Aérea BrasileiraArturo Javier González Ocampo (à direita), ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, durante homenagem concedida pela Força Aérea Brasileira (FAB) na comemoração de 41 anos da Missão Técnica Aeronáutica Brasileira (MTAB)
Arturo Javier González Ocampo (à direita), ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, durante homenagem concedida pela Força Aérea Brasileira (FAB) na comemoração de 41 anos da Missão Técnica Aeronáutica Brasileira (MTAB)
© Foto / Divulgação / Força Aérea Brasileira
A organização criminosa teria movimentado, com as vendas ao Brasil, cerca de R$ 1,2 bilhão. A Justiça da Bahia, que está conduzindo a operação, ordenou a inclusão dos alvos na lista vermelha da Interpol e também sua extradição para o Brasil. As armas do grupo foram encontradas em dez estados brasileiros.
O esquema criminoso consistia na compra de armas, como pistolas, fuzis, metralhadores e munições, de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia pela empresa IAS, chefiada por Dirísio. As armas, ao chegarem ao Paraguai com a facilitação feita pelo Dimabel, teriam seus números de série raspados e seriam revendidas a intermediários, que negociavam diretamente com as facções brasileiras.
© Foto / Senad ParaguaiArmas apreendidas durante a operação Dakovo, da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em 5 de dezembro de 2023
Armas apreendidas durante a operação Dakovo, da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em 5 de dezembro de 2023
© Foto / Senad Paraguai
A investigação começou após autoridades policiais apreenderem quatro pistolas no interior da Bahia. Apesar de estarem com o número de série raspado, por meio de perícia a PF conseguiu obter os dados e prosseguir com a investigação.