- Sputnik Brasil, 1920
Eventos que marcaram 2023 e previsões para 2024
Como foi o ano de 2023 para o Brasil e para o mundo? As matérias retrospectivas da Sputnik revivem destaques do ano que deixaram marcas na vida política, econômica e social do globo.

Conheça as 5 principais armas russas que destruíram o mito da superioridade da OTAN em 2023 (VÍDEO)

© Sputnik / Ramil Sitdikov / Acessar o banco de imagensUm sistema de mísseis Tor-M2U é exibido durante o ensaio completo do desfile do Dia da Vitória na Praça Vermelha, Moscou, Rússia
Um sistema de mísseis Tor-M2U é exibido durante o ensaio completo do desfile do Dia da Vitória na Praça Vermelha, Moscou, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 25.12.2023
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O ano de 2023 será lembrado como o ano em que a temível reputação do armamento e equipamento militar caro de alta tecnologia da OTAN desabou depois de se deparar com a força das armas russas. A Sputnik perguntou a especialistas militares russos e norte-americanos sobre as cinco principais armas russas de 2023.
O fim da Guerra Fria trouxe consigo o auge da arrogância do Pentágono, com conflitos no Iraque em 1991, na Bósnia e no Kosovo em 1995 e 1999, no Afeganistão em 2001, no Iraque novamente em 2003 e na Líbia em 2011, aparentemente provando a superioridade dos projetos de armas que os Estados Unidos e seus aliados desenvolveram na década de 1980 para combater os soviéticos em um cenário de Terceira Guerra Mundial que nunca chegou.
Os analistas de defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atribuíram as suas vitórias convencionais à tecnologia superior e à qualidade das suas armas, imaginando que se um tanque Abrams ou Challenger 2 pudesse, sozinho, destruir dezenas de tanques T-72 da era soviética do Iraque saindo praticamente ileso, isso significava que havia algo certo nos projetos de tanques ocidentais e algo errado com as filosofias de design soviéticas. A mesma lógica foi aplicada em todos os aspectos, desde blindados a aeronaves, passando por defesas antiaéreas e praticamente todas as demais tecnologias.
Em 2023, o desempenho das Forças Armadas treinadas pelo Ocidente da Ucrânia contra posições russas fortemente entrincheiradas em Zaporozhie, Kherson e Donbass destruiu o mito da superioridade das armas da OTAN na guerra de alta intensidade contra um adversário real. Leopards, Challengers, veículos de combate de infantaria Bradley e outros equipamentos blindados ocidentais queimaram com a mesma facilidade que os seus homólogos ucranianos da era soviética.
A artilharia de lançamento múltiplo de foguetes Grad, Uragan e Smerch da Rússia revelou-se tão eficaz como os Himars da Ucrânia, dotados pelos EUA. Os mísseis de cruzeiro táticos padrão da OTAN tenderam a não ser páreo para as redes de defesa antiaérea e antimísseis em camadas equipadas com Tor, Pantsir, S-300 e S-400 da Rússia.
Em novembro, com a contraofensiva da Ucrânia paralisada e dezenas de milhares de soldados mortos, o comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny, admitiu que o conflito tinha chegado a um "impasse". O equipamento da OTAN se revelou insuficiente e os seus conselhos errados, disse o general. "Se olharmos para os manuais da OTAN e para as contas que fizemos, quatro meses deveriam ter sido tempo suficiente para chegarmos à Crimeia, termos lutado na Crimeia, regressarmos da Crimeia e termos entrado e saído novamente", reclamou Zaluzhny.
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As 5 principais armas russas de 2023

Então, quais sistemas russos de campanha, de armas táticas e estratégicas definiram o ano que se despede? A Sputnik pediu a opinião de importantes especialistas militares para construir a lista.

#5: Sistema de mísseis antiaéreos Tor-M2

Embora a Rússia tenha finalmente provado ser capaz de manter a superioridade aérea sobre a Ucrânia, fazê-lo nunca foi uma garantia absoluta. Embora os países da OTAN tenham atrasado a entrega de caças F-16 a Kiev, eles não hesitaram em abastecer a Força Aérea da Ucrânia com dezenas de aeronaves de padrão soviético com as quais os pilotos ucranianos estão familiarizados, incluindo caças MiG-29 e Su-27, helicópteros de combate Mi-24 e helicópteros de transporte Mi-8. Além do mais, as entregas da OTAN incluíram milhares de drones de reconhecimento e ataque, desde os minúsculos Black Hornet Nanos até drones de ataque Bayraktar TB2 do tamanho de um avião, drones quadricópteros pesados Malloy Aeronautics T150 eVTOL e drones kamikaze Switchblade e Phoenix Ghost. No que diz respeito aos sistemas de ataque de longo alcance, a aliança forneceu mísseis de cruzeiro de baixa observação Storm Shadow e SCALP EG, foguetes GMLRS e mísseis ATACMS assistidos por GPS e sistema de navegação inercial, e outros sofisticados, difíceis de detectar e defender contra munições.
Dadas as ameaças multifacetadas provenientes do poder aéreo, de mísseis e de drones da Ucrânia, impulsionado pela OTAN, as defesas antiaéreas, de drones e de mísseis russas eficazes significaram a diferença entre uma dissuasão terrestre bem-sucedida e o potencial colapso da frente de batalha.
É por isso que Aleksei Leonkov, um importante analista militar russo, colocou o sistema de mísseis Tor como uma das suas principais armas russas na lista pessoal de 2023.
"O sistema de defesa antiaérea Tor-M2 se destacou por seu excelente trabalho no abate de veículos aéreos não tripulados [VANT] inimigos. Entre as estatísticas de drones inimigos abatidos, atualizadas diariamente pelo Ministério da Defesa da Rússia, dois terços foram destruídos por este sistema. Ou seja, este sistema se comprovou e confirmou todas as suas características declaradas, [mostrando-se capaz] de abater qualquer tipo de drone, tanto diretamente na frente de batalha como em zonas adjacentes a ela", disse Leonkov à Sputnik.
Leonkov também deu menção honrosa aos sistemas russos de contrabateria e de guerra eletrônica, que, tal como o Tor-M2 e outras armas de defesa antiaérea e antimísseis, contribuíram muito para impedir que as forças ucranianas rompessem as linhas russas durante a sua contraofensiva este ano.
"As estações modernizadas de radar de contrabateria Zoopark foram demonstradas. Também surgiram novas estações de contrabateria de maior alcance, que, em conjunto com o novo sistema de lançamento múltiplo de foguetes Tornado-S, tornaram possível introduzir eficazmente o fogo de contrabateria e suprimir os sistemas de artilharia inimigos, bem como sistemas múltiplos de foguetes como o Himars de alta precisão", disse Leonkov.
"Finalmente, existem os sistemas de guerra eletrônica, especificamente aqueles que começaram a ser instalados diretamente como proteção para os nossos veículos blindados, que começaram a combater eficazmente o novo fenômeno dos drones FPV", acrescentou o observador militar.
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#4: T-90

Nas planícies de Zaporozhie e Kherson, os blindados russos, consistindo de variantes atualizadas de projetos de tanques de segunda e terceira geração, incluindo o T-72, T-80 e T-90, provaram ser mais do que páreos para os tanques de batalha principais fabricados pela OTAN na Ucrânia, auxiliando defesas fixas na prevenção de avanços blindados inimigos.
Aqui, o T-90 Proryv, a última palavra em design de tanques russos, merece menção especial. "No momento, acredito que este é o melhor tanque do mundo", disse à Sputnik Rustem Klupov, ex-oficial da inteligência militar soviética e russa, Herói da Rússia, coronel da reserva e veterano das guerras no Afeganistão e na Chechênia.
"Em termos de características, em termos de armamento e em termos de desempenho, e porque os tanquistas que lutam usando este tanque falam muito bem dele", disse Klupov, quando questionado sobre por que o T-90 pertence aos cinco melhores armamentos.
"Seu poder de fogo consiste em um canhão de 125 mm que pode disparar mísseis guiados através de seu cano. Além disso, o sistema de proteção ativa do tanque garante a capacidade de sobrevivência. É despretensioso, manobrável e rasteiro, o que lhe permite permanecer invisível ao inimigo no campo de batalha até o último momento", acrescentou o oficial aposentado.
De Mavic a Lancet: como os militares russos treinam para pilotar drones - Sputnik Brasil, 1920, 21.11.2023
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Drones kamikaze Lancet russos destroem com êxito obuseiros americanos, diz mídia indiana

#3: Lancet

Sergei Lipovoi, um piloto militar Herói da Rússia que lutou no Afeganistão, na Guerra Civil no Tadjiquistão e na primeira e segunda guerras chechenas, e que agora atua como presidente do grupo de veteranos Oficiais da Rússia, está convencido de que os drones em geral, e o Lancet em particular, estão no topo da lista de armas russas significativas de 2023.
"A primeira coisa que me impressionou foram os drones, tanto do tipo helicóptero quanto de avião, incluindo o Lancet, que tem se mostrado excelente, o Geran, bem como pequenos VANT do tipo quadricóptero que foram montados praticamente em abrigos de trincheiras. Isso inclui drones de observação e kamikaze. Isso também inclui os chamados drones de ataque, capazes de lançar qualquer munição", disse Lipovoi à Sputnik.
Klupov concorda, citando o Lancet como uma arma tática de destaque.
"Os Lancet começaram a ser explorados antes de 2023, mas foi neste ano que percebemos que havíamos entrado em um novo domínio de guerra. Esta é uma guerra de DRONES e, consequentemente, as munições vagantes, uma combinação de capacidade de reconhecimento e destrutiva, são passos em frente nesta direção. O Lancet, que pode atingir alvos a 40-50 km de distância, dependendo das condições climáticas, é um sistema de armas muito poderoso e preciso. Combina precisão, alcance e o poder de uma carga destrutiva. Dependendo da sua missão, pode ser equipado com uma ogiva de fragmentação altamente explosiva. E esta ogiva 'em tandem' é usada contra alvos blindados", disse Klupov.
Os desenvolvedores do Lancet criaram várias modificações do drone de ataque ao longo do último ano e meio, com seus modelos básicos apresentando um design distinto de "asa em X". A variante mais recente, o Z-53, apresenta um design de asa frontal desdobrável e pode voar em enxames e coordenar autonomamente na seleção de alvos usando o princípio da guerra centrada em rede. Seu alcance foi estendido para 60-70 km.
Muito tem sido dito e escrito sobre a importância da guerra com drones no conflito ucraniano. As capacidades dos drones revelaram-se um dos pontos fracos da Rússia durante grande parte de 2022, com a indústria de defesa incapaz de colocar em campo um número suficiente de drones de reconhecimento e ataque para ter um impacto decisivo nos combates. Isso mudou em 2023, com a Rússia não só aumentando a produção de designs que existiam antes da escalada da crise, mas também criando novos VANT como o Lancet, aparentemente do nada, e a distribuí-los rapidamente para a frente, onde provaram a sua eficácia desde então.
"Do ponto de vista norte-americano, você sabe que estamos muito orgulhosos de nossa tecnologia e capacidade de drones", disse à Sputnik a ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA e tenente-coronel aposentada da Força Aérea norte-americana Karen Kwiatkowski. "Temos investido bastante em tecnologias de drones, tal como os outros países. Mas os drones que os russos desenvolveram [...] vocês têm drones de longo alcance, grandes, pequenos, integrados e, claro, controláveis usando o conhecimento espacial do campo de batalha que eles estão adquirindo."
"Isso é algo recentemente desenvolvido na última década, basicamente", disse Kwiatkowski, observando que na guerra da Síria os militares dos EUA têm "esbarrado em parte dessa tecnologia [dos drones russos]" e ficado "muito impressionados com isto."
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Panorama internacional
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#2: Ka-52

Observadores ocidentais citaram o apoio aéreo eficaz como um fator-chave por trás do sucesso das operações defensivas da Rússia durante a contraofensiva de verão (no Hemisfério Norte) do Exército ucraniano, apontando para a eficácia do helicóptero de ataque Kamov Ka-52 Alligator, em particular na busca, localização e identificação de alvos desde veículos blindados e tanques a fortalezas.
No final de julho, percebendo que algo estava errado na contraofensiva da Ucrânia, um relatório da inteligência militar britânica caracterizou o Ka-52 como "um dos sistemas de armas russos mais influentes" na seção de Zaporozhie da frente de combate. Emparelhados com os novos mísseis ar-superfície LMUR, que têm um alcance de tiro de 15 km, os Ka-52 operaram bem fora do alcance da maioria dos equipamentos de defesa antiaérea de curto alcance fornecidos pela OTAN à Ucrânia, incluindo MANPADs Stinger em Flakpanzers Gepard.
O Ka-52 "tem uma capacidade enorme e tem aquelas lâminas contrarrotativas no topo [...]. Na verdade, é muito inovador", disse Kwiatkowski, caracterizando o Ka-52 como a sua escolha número um entre as cinco principais armas da Rússia em 2023.
Quanto aos seus mísseis LMUR, "eles podem ser lançados de um helicóptero e depois guiados. Eles não são guiados por laser, mas sim por navegação térmica e por satélite. Então, isso é algo que pode deixar seu helicóptero em segurança. Você pode monitorar o que está acontecendo. O que isso implica é que os [militares] russos, em qualquer caso em que os utilizem, têm integração de conhecimento no campo de batalha e são basicamente capazes de fazer o que precisam. Eles podem se comunicar. Eles podem direcionar. Eles podem proteger o helicóptero e os [pilotos] e atingir os alvos que necessitam atingir e destruí-los", disse Kwiatkowski.
Klupov, por sua vez, ficou impressionado com as operações da aviação do Exército da linha de frente da Rússia em geral, incluindo o Ka-52 e o Mi-28, que são frequentemente usados em conjunto.
"Trabalhando juntos, esses helicópteros fazem uso das qualidades de ambos: o poder de ataque do Mi-28 [que também pode ser equipado com LMURs] e as características de proteção do Ka-52. A combinação desses helicópteros em uma única unidade de ataque permite seu uso mais eficaz. E tal como o T-90 no que diz respeito aos tanques, estas aeronaves se tornaram os melhores helicópteros de ataque do mundo atualmente. O Long Bow e o Apache não podem mais ser comparados a esses helicópteros em termos de qualidades de combate", disse o oficial aposentado.
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#1: Kinzhal

Quer se trate do Tor, do T-90, do Lancet ou do Ka-52, todas estas são armas táticas, situadas diretamente no campo de batalha e utilizadas contra as forças inimigas aí acumuladas. Isso não se aplica ao Kinzhal – o primeiro míssil hipersônico lançado pelo ar, transportado por interceptadores MiG-31 personalizados e caças-bombardeiros Su-34, que pode acelerar a velocidades de até Mach 10 e atingir alvos a até 2.000 km de distância com uma ogiva convencional de 500 kg ou uma ogiva nuclear de 5-50 quilotons.
A Rússia tem utilizado Kinzhal convencionais extensivamente na Ucrânia, visando defesas antiaéreas inimigas, depósitos de armas, campos de aviação, infraestruturas energéticas e outras instalações.
Alexei Leonkov, analista militar, listou o Kinzhal como outra de suas principais armas na operação militar especial.
"O Kinzhal não apenas executou a tarefa de destruir objetivos protegidos, mas também se destacou na destruição do sistema de mísseis antiaéreos Patriot dos EUA. Isto é uma grande vantagem, porque até recentemente existia um mito de que o Patriot era o sistema de defesa aérea mais avançado fabricado nos EUA e que poderia destruir qualquer alvo", disse Leonkov. Klupov concorda. "O poder, a precisão e a velocidade deste míssil não são apenas impressionantes, mas deixam quaisquer contramedidas e defesas" destinadas a detê-lo "na poeira [...]. Nem um único sistema de defesa antiaérea ou de defesa antimísseis pode derrubá-lo", disse ele.
"O efeito destrutivo mais terrível deste míssil, especialmente em aplicações de perfuração de concreto, é a sua capacidade de penetrar profundamente no solo [...]. Várias vezes estes mísseis foram usados contra centros de controle, sistemas de mísseis antiaéreos e outros alvos. Entre as armas estratégicas, os mísseis Kinzhal são o número um", enfatizou o oficial veterano de inteligência militar aposentado.
Michael Maloof, antigo analista sênior de política de segurança do Gabinete do Secretário de Defesa dos EUA, enumera as capacidades hipersônicas da Rússia em geral, e do Kinzhal em particular, como as armas russas mais significativas de 2023.
"O Kinzhal [voa] a Mach 10. Tem um alcance de 2.000 km e pode ser lançado a partir de bombardeiros e interceptadores", disse Maloof à Sputnik. "Quatro deles foram lançados contra os ucranianos recentemente, junto com outros drones e tudo o mais. Nenhum desses Kinzhals foi notado, atingido ou interceptado", lembrou.
Os Estados Unidos "não têm defesa" contra mísseis hipersônicos, mas estão "trabalhando nisso", enfatizou Maloof. "Muitos sistemas falharam. Os Estados Unidos ainda não conseguiram desenvolver os seus próprios sistemas hipersônicos. Estão tentando. Isto torna qualquer sistema de defesa antimísseis que os Estados Unidos ou a Europa possuam penetrável e obsoleto. Especialmente se algum destes mísseis, hipersônicos, for lançado em uma abordagem de enxame — isto é, vários mísseis ao mesmo tempo. Não há absolutamente nenhuma defesa. E você pode ter o sistema de mísseis antibalísticos mais elaborado do mundo, mas por causa da manobrabilidade e abordagem na forma como são lançados, se torna impossível [derrotar a tecnologia hipersônica]. E se todos eles forem mobilizados ao mesmo tempo, em uma abordagem de enxame, e se estiverem armados com armas nucleares — e muitos deles são capazes de ser armados com armas nucleares — seria devastador."
Maloof também salientou que a Rússia só retomou o trabalho no seu programa hipersônico depois de os EUA terem decidido abandonar o Tratado de Mísseis Antibalísticos em 2002, trazendo efetivamente "este problema para si, com efeito".
Além do Kinzhal, Maloof mencionou o Tsirkon — um míssil de cruzeiro antinavio hipersônico que pode ser lançado a partir de navios de guerra de superfície ou submarinos em alvos a 1.000 km de distância. "Como resultado, nossos 12 grupos de ataque de porta-aviões se tornaram praticamente obsoletos. Se este Tsirkon for carregado em submarinos, pode realmente alterar o curso dos acontecimentos humanos muito, muito rapidamente", considerou o observador.
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Menção honrosa: torpedo Shkval

Maloof achou por bem mencionar outra arma russa sobre a qual "ninguém" realmente parece falar e que não participou no conflito na Ucrânia.
"Não é uma arma estratégica. É uma arma tática. Mas é uma capacidade extraordinária que a Rússia desenvolveu, que até hoje não foi igualada pelos Estados Unidos, nem há qualquer defesa para ela. E esse é o VA-111 Shkval. O que é? É um torpedo supercavitante capaz de [viajar] 370 km [por hora]."
Na mecânica dos fluidos, a supercavitação se refere ao uso de pequenas cavidades cheias de vapor no líquido ao redor de um objeto sólido para reduzir o arrasto de fricção em um objeto submerso, permitindo viagens subaquáticas em alta velocidade.
O Shkval é uma arma naval russa legada, introduzida pela primeira vez na década de 1970 e atualizada várias vezes desde então.
"Os 370 km equivalem a aproximadamente 230 milhas por hora. Não há defesa para isso. E, além disso, suas versões mais recentes são manobráveis, em vez de [viajarem] em linha reta", disse Maloof, caracterizando o torpedo como um eficaz "assassino de porta-aviões".
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