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'Deslocamento': Autoridade Palestina rejeita 1º plano oficial pós-guerra divulgado por Israel

© AP Photo / Ronen ZvulunO primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo à esquerda, participa da reunião semanal de gabinete no Ministério da Defesa em Tel Aviv, Israel, 7 de janeiro de 2024
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo à esquerda, participa da reunião semanal de gabinete no Ministério da Defesa em Tel Aviv, Israel, 7 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 23.02.2024
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Na noite de quinta-feira (22), Israel revelou seu plano oficial para o pós-guerra na Faixa de Gaza. Na proposta, o enclave seria administrado por "funcionários locais". A Autoridade Palestina rejeitou o plano, classificando-o como uma tentativa de "prolongar o genocídio".
Segundo o planejamento apresentado pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela primeira vez ontem (22), os assuntos civis em Gaza serão geridos por "funcionários locais" que têm "experiência administrativa" e que não estão ligados a "países ou entidades que apoiam o terrorismo", apesar de não deixar claro quais seriam esses países ou entidades.
O projeto inclui a "desmilitarização completa" do território palestino, o fechamento da fronteira sul do território com o Egito, bem como a revisão da administração civil e dos sistemas educativos de Gaza.
No dossiê, Tel Aviv fecharia a fronteira sul de Gaza com o Egito, dando a Israel o controle total de entrada e saída do enclave. Ao mesmo tempo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) poderiam manter uma liberdade indefinida para operar em toda Gaza, diz o documento, descrevendo isso como um princípio de médio prazo, segundo o jornal The Times of Israel.
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O plano afirma ainda que Israel avançará com o seu projeto já em andamento para estabelecer uma zona tampão de segurança no lado palestino da fronteira da Faixa de Gaza, acrescentando que permanecerá no local "enquanto houver necessidade de segurança para isso".
Porém, a mídia aponta que esse ponto está em contradição direta com um dos princípios dos Estados Unidos para Gaza do pós-guerra, o qual afirma que não haverá redução do território do enclave.
O documento também repete que Tel Aviv trabalhará para encerrar a UNRWA, a principal agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinos, e trabalhará para substituí-la "por agências de ajuda internacional responsáveis".
Por fim, entre diversos outros pontos, o plano reitera a insistência de Israel de que não será forçado pela comunidade internacional a reconhecer um Estado palestino, uma possibilidade bastante ventilada na cúpula do G20 no Brasil pelo representante da União Europeia e defendida por líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden, Vladimir Putin, entre outros.
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Reação palestina

O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina condenou os planos do gabinete de Netanyahu para o pós-guerra, dizendo que os considera "uma reocupação oficial da Faixa de Gaza e a imposição do controle israelense sobre ela".

O órgão acredita que a proposta "prolonga o genocídio contra o nosso povo e é uma tentativa de ganhar mais tempo para implementar os planos de deslocamento".

Além disso, afirma o ministério, os planos constituem "uma manobra flagrante para interceptar e frustrar os esforços norte-americanos e internacionais feitos para vincular o fim da guerra e a libertação de prisioneiros e reféns à resolução do conflito e à incorporação do Estado palestino no terreno".
O MRE da Autoridade Palestina instou os EUA e outros países ocidentais a reconhecerem a Palestina como um Estado independente, a permitirem que ela se torne um Estado-membro da ONU e realize uma conferência internacional de paz, a fim de "acabar com a ocupação e permitir que o nosso povo exerça o seu direito à autoestima, à determinação livre e com dignidade".
Até o momento, mais de 30 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza, segundo autoridades locais. Do lado israelense, cerca de 1.350 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
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