Espadas da Idade do Bronze tardia descobertas na Espanha revelam mudanças culturais locais (FOTOS)
06:25 25.11.2024 (atualizado: 10:10 25.11.2024)
© Foto / L. Perelló Mateo et al., Archaeol Anthropol Sci (2024)Imagem do facão de Lloseta junto ao desenho de Delibes e Fernández-Miranda de 1988
© Foto / L. Perelló Mateo et al., Archaeol Anthropol Sci (2024)
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Novo estudo sobre espadas da Idade do Bronze tardia encontradas durante escavações nas Ilhas Baleares da Espanha, no Mediterrâneo Ocidental, mostra diferenças culturais e evidencia o desenvolvimento tecnológico da região durante o período.
Durante várias escavações conduzidas no século XX nas ilhas Baleares diversos artefatos de aproximadamente 3.000 anos (dos anos 1000 a 800 a.C.) revelaram uma fascinante interseção entre tradições locais e tecnologias importadas.
Graças a um novo estudo publicado no Archaeological and Anthropological Sciences conduzido por Laura Perelló Mateo da Universidade das ilhas Baleares, análises tecnológicas e arqueométricas identificaram uma riqueza de novas informações sobre a produção, composição material e significado cultural por trás das espadas.
Entre os séculos XIV e XIII, houve um aumento notável na mobilidade e no intercâmbio cultural no Mediterrâneo Ocidental, o que levou à introdução de novos itens e materiais, como cobre e estanho, nas ilhas Baleares, aumentando significativamente o número de artefatos de metal durante o período, na região.
© Foto / L. Perelló Mateo et al., Archaeol Anthropol Sci (2024)b) Imagem da espada de Son Foradat e close-ups da lâmina lascada da espada. c) Imagem da espada de Ses Salines e um close-up da lâmina feita para parecer uma bainha fundida como uma única peça
b) Imagem da espada de Son Foradat e close-ups da lâmina lascada da espada. c) Imagem da espada de Ses Salines e um close-up da lâmina feita para parecer uma bainha fundida como uma única peça
© Foto / L. Perelló Mateo et al., Archaeol Anthropol Sci (2024)
De acordo com os pesquisadores, em Maiorca, Ibiza e Formentera, o peso total dos objetos de metal aumentou de 2,15 kg na Idade do Bronze Inicial para 53 kg na Idade do Bronze Médio e Final, tudo em função do aumento do fluxo comercial da região.
As 18 espadas baleares analisadas pelos pesquisadores mostraram traços de tradições de fabricação local misturadas com ideias originárias de outros lugares, por exemplo, exibindo empunhaduras sólidas, no lugar dos pomos em forma de disco ou diamante encontrados em modelos feitos em outros lugares, e lâminas mais finas do que o normal que se prendiam às empunhaduras por meio de técnicas de fundição direta ou por meio de três rebites dispostos em um padrão triangular.
© Foto / Museu de Arqueologia da CatalunhaEspada de Lloseta e detalhe das rebarbas na ponta da lâmina
Espada de Lloseta e detalhe das rebarbas na ponta da lâmina
© Foto / Museu de Arqueologia da Catalunha
Segundo os autores da pesquisa, "embora eles [os artefatos] assumam o conceito formal de espadas, seu papel e função teriam sido completamente diferentes do uso mais generalizado que receberam no continente. Evidências documentadas nos permitem concluir que, em grande parte, essas espadas não foram previstas ou produzidas para uso em combate. Em vez disso, foram criadas como objetos simbólicos para serem colocados em exibição".
O fato de que o povo das ilhas Baleares não usava espadas em batalha sugere que sua fabricação pode ter sido encomendada por elites que podiam pagar para importar os materiais para fazê-las e provavelmente usar como adorno que representasse poder e força.