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'Pesadelo': em 100 dias, governo Trump testou instituições domésticas e globais

© AP Photo / Alex BrandonO presidente norte-americano, Donald Trump, chega para discursar em seus primeiros 100 dias no Macomb Community Sports & Expo Center Parking. Warren, Michigan, 29 de abril de 2025
O presidente norte-americano, Donald Trump, chega para discursar em seus primeiros 100 dias no Macomb Community Sports & Expo Center Parking. Warren, Michigan, 29 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 29.04.2025
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Interrompido pelo democrata Joe Biden, o republicano Donald Trump não conseguiu dar sequência ao seu governo. Nesta quarta-feira (30), o atual mandachuva da Casa Branca completa 100 dias de seu segundo mandato. Como foi até então a gestão do presidente dos Estados Unidos?
De tarifas a todos os parceiros comerciais, aliados ou oponentes, à retomada de conversas com a Rússia e um novo acordo nuclear com o Irã, os 100 primeiros dias do governo Trump foram agitados.
O assunto foi discutido no Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho.
Em entrevista ao programa, o professor de relações internacionais do Ibmec José Niemeyer definiu o governo Trump com apenas uma palavra: negociação. "Porque o governo Trump trabalha a partir de uma perspectiva de negociação de ou perde tudo ou ganha tudo."
Segundo Niemeyer, essa é uma maneira muito ruim de negociar. "Ele acha que está negociando como quando trabalhou na iniciativa privada […], mas no sistema internacional e na política, em geral, você tem que buscar consensos mínimos. E o presidente Trump tem muita dificuldade de buscar consensos."

"É uma negociação típica de um dono de cassino", crava Niemeyer.

Já o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Goulart classificou os 100 dias da presidência de Trump como um "pesadelo" tanto no âmbito doméstico quanto no internacional.
No país, diz Goulart, Trump tem testado as instituições com medidas com constitucionalidade dúbia, como ao tentar criar mais barreiras para os imigrantes que desejam obter a cidadania dos EUA ou o corte de fundos federais para pesquisas em universidades que não censurarem seus estudantes.
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Medidas como essas, populares entre sua base, têm causado indignação entre boa parte dos cidadãos norte-americanos. Nas últimas semanas houve um grande número de manifestações contra seu governo, evidenciando que ele "está enfrentando o questionamento das ruas".
Segundo o especialista, com esse aumento nos conflitos internos dos EUA, o Partido Republicano pode ver uma reviravolta em seus resultados eleitorais durante as chamadas "midterms", eleições legislativas que ocorrem no meio do mandato presidencial.

"Isso pode diminuir a vantagem deles ou até perder a maioria nas duas casas. E aí o jogo vira em favor dos democratas, e essas políticas terão um freio maior ainda."

Por outro lado, Trump já falou que gostaria de concorrer a um terceiro mandato, ação que "subverteria a ordem nos Estados Unidos", classifica Goulart.
No cenário internacional, Trump evidenciou o interesse estadunidense de atacar o multilateralismo por meio de sua saída de mecanismos e tratados importantes, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Acordo de Paris.
Isso fica evidente também na área comercial, na qual ele implementou de forma indiscriminada uma série de tarifas de importação contra países ao redor do mundo. O Brasil, nesse caso, ficou na faixa das tarifas de 10%, a menor.
"Parece uma postura de tudo ou nada", define Goulart, ressoando os comentários feitos anteriormente por Niemeyer. "O Trump sempre trabalhou com essa ideia de perdedores e vencedores."

"Então, o Trump, com essa visão de jogo de soma zero, assume uma posição de que são os Estados Unidos que têm uma hegemonia intacta, e nós sabemos que não é isso."

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