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Análise: tarifaço abre janela de oportunidades e México brinda procura do Brasil por novos mercados
Análise: tarifaço abre janela de oportunidades e México brinda procura do Brasil por novos mercados
Sputnik Brasil
Para mitigar efeitos do tarifaço de Donald Trump, a comitiva brasileira, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e... 28.08.2025, Sputnik Brasil
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Os encontros entre autoridades e empresários do Brasil e do México estão acontecendo desde ontem (27).Um memorando de entendimento, visando a cooperação na área da saúde, no desenvolvimento, na produção de vacinas e na parceria nos setores de agropecuária e biocombustíveis foram firmados.O fortalecimento comercial e a atração de investimentos norteia a missão brasileira na Cidade do México. Ambos os países buscam explorar a complementaridade econômica.Segundo o MDIC, no ano passado, o Brasil exportou US$ 7,8 bilhões (R$ 42,16 bilhões) para o México. Entre os produtos mais comercializados nesta rota estão veículos de passageiros, soja, carnes de aves, veículos de carga e motores de pistão.Já no quesito importações, o Brasil foi destino de US$ 5,7 bilhões (R$ 30,8 bilhões) em produtos mexicanos. Os principais itens que desembarcaram no Brasil foram acessórios automotivos, veículos de passageiros e de carga, instrumentos e aparelhos de medição, máquinas e aparelhos elétricos. O comércio bilateral totalizou US$ 13,6 bilhões (R$ 73,5 bilhões).Além disso, em 2025, o Brasil conseguiu a abertura do mercado de ovos para o México. Entretanto, é o mercado de carnes que vai dando retorno positivo a Brasília. O México ultrapassou os EUA e se tornou o segundo maior comprador do produto brasileiro, ficando atrás apenas da China.O crescimento de cerca de 250% na compra da carne, de acordo com a professora Fernanda Nanci Gonçalves, do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), "reflete uma migração de exportação de carnes do Brasil dos EUA para o país latino".Para ela, outro mercado que pode ser explorado é o da siderurgia, que foi altamente prejudicado pelas tarifas estadunidenses. No próximo ano, o México será uma das sedes da Copa do Mundo de futebol masculino. Portanto, a exportação de aço e ferro pode fazer parte do catálogo que fortalecerá a infraestrutura mexicana."A demanda por insumos metálicos para obras de infraestrutura, estádios e rede hoteleira tende a crescer, e o Brasil pode redirecionar parte de sua produção para esse mercado. Essa estratégia mitigaria os efeitos do tarifaço e fortaleceria a presença do Brasil na região, aproveitando a proximidade geográfica e os acordos comerciais existentes entre México e Mercosul", explica.A especialista aponta, ainda, ser evidente que há espaço para "aprofundar as relações comerciais" e "a presença do empresariado no encontro indica um alto grau de mobilização setorial". Pelo menos 250 empresários dos dois países estão participando dessa missão.O encontro empresarial entre as duas maiores economias da América Latina gerou muita expectativa em Brasília, segundo Regiane Nitsch Bressan, professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).É esperado, conforme a analista, que o Brasil aproveite a janela de oportunidades deixada pelo tarifaço e "o México acaba brindando" essa procura por novos parceiros.Em Brasília, a professora da Unesp revelou à Sputnik Brasil que o Itamaraty e o MDIC, por exemplo, estão bastante desfalcados nestes dias, uma vez que empreenderam muitos quadros para a missão na Cidade do México, o que mostra como o Brasil tratou o evento.De modo geral, segundo ela, as tarifas dos Estados Unidos ao Brasil têm um custo. Portanto, existe "uma pressão muito grande para que Lula faça boas negociações", e há "todo um esforço aqui de Brasília pra que as lideranças" procurem novos mercados.Ou seja, segundo Bressan, "brindar novos mercados" é a saída para o Brasil. Nesse sentido, ela relata que o MDIC está otimista não apenas com os acordos provenientes do México, mas também com outros parceiros.
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Análise: tarifaço abre janela de oportunidades e México brinda procura do Brasil por novos mercados
18:26 28.08.2025 (atualizado: 19:40 28.08.2025) Especiais
Para mitigar efeitos do tarifaço de Donald Trump, a comitiva brasileira, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, visita o México com o intuito de ampliar exportações e atrair investimentos para o Brasil.
Os encontros entre autoridades e empresários do Brasil e do México estão acontecendo desde ontem (27).
Um memorando de entendimento, visando a cooperação na área da saúde, no desenvolvimento, na produção de vacinas e na parceria nos setores de agropecuária e biocombustíveis foram firmados.
O fortalecimento comercial e a atração de investimentos norteia a missão brasileira na Cidade do México. Ambos os países buscam explorar a complementaridade econômica.
"Quero destacar a importância do que acabamos de assinar. A importância social, que significa emprego, renda, novas oportunidades, vida digna para a população; a importância econômica, investimentos, crescimento do setor produtivo; importância científica e tecnológica, novas formas tecnológicas para a descarbonização; a importância ambiental", comentou Alckmin ao assinar memorandos.
Segundo o MDIC, no ano passado, o Brasil exportou
US$ 7,8 bilhões (R$ 42,16 bilhões) para o México. Entre os produtos mais comercializados nesta rota estão
veículos de passageiros, soja, carnes de aves, veículos de carga e motores de pistão.
Já no quesito importações, o Brasil foi destino de US$ 5,7 bilhões (R$ 30,8 bilhões) em produtos mexicanos. Os principais itens que desembarcaram no Brasil foram acessórios automotivos, veículos de passageiros e de carga, instrumentos e aparelhos de medição, máquinas e aparelhos elétricos. O comércio bilateral totalizou US$ 13,6 bilhões (R$ 73,5 bilhões).
Além disso, em 2025, o Brasil conseguiu a abertura do mercado de ovos para o México. Entretanto, é o mercado de carnes que vai dando retorno positivo a Brasília. O México ultrapassou os EUA e se tornou o segundo maior comprador do produto brasileiro, ficando atrás apenas da China.
O crescimento de cerca de 250% na compra da carne, de acordo com a professora Fernanda Nanci Gonçalves, do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), "reflete uma migração de exportação de carnes do Brasil dos EUA para o país latino".
Para ela, outro mercado que pode ser explorado é o
da siderurgia, que foi altamente prejudicado pelas tarifas estadunidenses. No próximo ano, o México será uma das sedes da Copa do Mundo de futebol masculino. Portanto, a exportação de aço e ferro pode fazer parte do catálogo que fortalecerá a infraestrutura mexicana.
"A demanda por insumos metálicos para obras de infraestrutura, estádios e rede hoteleira tende a crescer, e o Brasil pode redirecionar parte de sua produção para esse mercado. Essa estratégia mitigaria os efeitos do tarifaço e fortaleceria a presença do Brasil na região, aproveitando a proximidade geográfica e os acordos comerciais existentes entre
México e Mercosul", explica.
A especialista aponta, ainda, ser evidente que há espaço para "aprofundar as relações comerciais" e "a presença do empresariado no encontro indica um alto grau de mobilização setorial". Pelo menos 250 empresários dos dois países estão participando dessa missão.
O encontro empresarial entre as duas maiores economias da América Latina gerou muita expectativa em Brasília, segundo Regiane Nitsch Bressan, professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
É esperado, conforme a analista, que o Brasil aproveite a janela de oportunidades deixada pelo tarifaço e
"o México acaba brindando" essa
procura por novos parceiros.
"Existe uma relação muito boa entre a [presidente mexicana, Claudia] Sheinbaum e o Lula. O Lula foi um dos únicos presidentes que ela viu tantas vezes. Foram quatro encontros", afirmou.
Em Brasília, a professora da Unesp revelou à Sputnik Brasil que o Itamaraty e o MDIC, por exemplo, estão bastante desfalcados nestes dias, uma vez que empreenderam muitos quadros para a missão na Cidade do México, o que mostra como o Brasil tratou o evento.
De modo geral, segundo ela, as
tarifas dos Estados Unidos ao Brasil têm um custo. Portanto, existe
"uma pressão muito grande para que Lula faça boas negociações", e há "todo um esforço aqui de Brasília pra que as lideranças" procurem novos mercados.
Ou seja, segundo Bressan, "brindar novos mercados" é a saída para o Brasil. Nesse sentido, ela relata que o MDIC está otimista não apenas com os acordos provenientes do México, mas também com outros parceiros.
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