PF investiga ataque hacker ao PIX e cumpre mandados no Brasil e no exterior
© Foto / Agência Brasil / Marcello Casal Jr.
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (30) uma operação contra suspeitos de desviar R$ 813 milhões de contas ligadas ao sistema PIX. São 26 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão em seis estados e no DF, com apoio da Interpol e cooperação internacional em países como Espanha, Argentina e Portugal.
Até o momento, 17 pessoas foram presas — 11 no Brasil e seis no exterior pela megaoperação da PF contra crimes cibernéticos. Os mandados estão sendo executados em Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e Bahia, além de ações simultâneas na Espanha, Argentina e Portugal. O ataque, ocorrido em julho, afetou pelo menos seis instituições financeiras, mas, segundo as empresas, não houve prejuízo direto às contas ou dados dos clientes.
As investigações apontam que o grupo criminoso era altamente organizado, com funções especializadas para invasões cibernéticas. Os hackers acessavam contas de instituições de pagamento, movimentavam grandes valores rapidamente e convertiam os recursos em criptoativos, realizando transações ponto a ponto sem registro formal.
A lavagem de dinheiro era feita por meio de investimentos em ativos digitais, que posteriormente eram convertidos em bens e dinheiro no Brasil e no exterior. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 640 milhões em patrimônio dos investigados. Os crimes atribuídos ao grupo incluem organização criminosa, invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e furto mediante fraude eletrônica.
Segundo apuração do G1, o ataque teve como alvo a empresa C&M Software, que reportou ao Banco Central uma invasão às suas infraestruturas digitais. A ação permitiu o acesso indevido a contas de reserva de instituições financeiras conectadas à companhia, gerando preocupação no mercado financeiro.
Essas contas de reserva funcionam como contas correntes mantidas por bancos no Banco Central, utilizadas para movimentações financeiras, operações de liquidez, aplicações em títulos públicos e depósitos compulsórios. Segundo a C&M, os criminosos utilizaram credenciais de clientes para acessar os sistemas de forma fraudulenta.
