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Assentamentos rurais no Pará conciliam agricultura familiar e preservação na Amazônia
Assentamentos rurais no Pará conciliam agricultura familiar e preservação na Amazônia
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Em Santa Bárbara do Pará, a ocupação realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2004 possibilitou que famílias tivessem acesso à... 02.11.2025, Sputnik Brasil
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Hoje, pequenos agricultores familiares diversificam culturas como dendê, macaxeira e mandioca, conciliando geração de renda e cuidado com o meio ambiente, por meio de parceria com a empresa Dendê do Brasil (Denpasa).O agricultor familiar Ednaldo Souza afirmou que antes de ingressar no projeto atual trabalhou com culturas tradicionais como mandioca e macaxeira. Ele contou que a produção desses alimentos, conhecida como cultura branca, é difícil de sustentar financeiramente.Ednaldo participa de um projeto que permite colher produtos em apenas três anos, uma vantagem em relação a outras iniciativas, como o reflorestamento promovido pelo MST, que leva de seis a dez anos para gerar retorno. "Esse foi o porquê de eu optar pelo dendê", explicou, se referindo à demora.Ele reconhece que a atividade é alvo de críticas de ambientalistas, por envolver monocultura, mas que não vê "um mal". "Não vai destruir como a gente vê na cidade."Ednaldo mora na propriedade onde trabalha e explicou que a área do projeto é parte de um grande assentamento que compreende Santa Bárbara, Tauá e Santa Isabel, que teve apoio da empresa Denpasa.O agricultor detalhou à reportagem os cuidados necessários para o cultivo do dendê em sua propriedade. Segundo ele, o crescimento da planta depende de manutenção constante, que consiste em limpar e amarrar os cipós que poderiam atrapalhar o desenvolvimento do dendê. "Se a gente não fizer a limpeza, ele impede o crescimento do dendê."Izete dos Santos Costa, conhecida como "Dona Nena", é proprietária da área onde mora na Ilha do Combu e responsável pela produção de cacau utilizado em sua fábrica, a Filha do Combu. Ela explicou que a terra passou pelo seu sogro e pelo marido antes de chegar às suas mãos e às de suas duas filhas.A produtora resgatou a tradição familiar ligada ao cacau e foi expandindo gradualmente a produção até chegar ao chocolate refinado. "E resgatei, foi dando certo, aos poucos eu fui diversificando a produção."Dona Nena destacou que a produção respeita a floresta local. Para aumentar a produção de cacau, seria necessário derrubar árvores, algo que não se enquadra em seus objetivos. Ela explicou que a comunidade tem se voltado para o açaí, que gera retorno financeiro mais rápido, o que tem reduzido a produção de cacau na região e dificultado a obtenção de matéria-prima de qualidade. "Então, com isso diminui a produção na ilha, e dificulta mais para a gente conseguir matéria-prima de qualidade."Roberto Yokoyama, diretor da Dendê do Pará SA (Denpasa), defendeu a parceria com pequenos agricultores, dizendo que é uma forma de "financiar esses agricultores para criar um cluster de sucesso"."Quando trouxemos essa proposta para os agricultores, houve muita desconfiança que a empresa queria tomar área deles ou alguma coisa nesse sentido. E nós gostaríamos na verdade de incluí-los para auxiliar na produção. Nós temos interesse logicamente no fruto, então é o objetivo de uma parceria deles plantarem e nós garantimos a compra do fruto deles."Roberto detalhou que o modelo da empresa se assemelha a programas de governo, como o Pronaf, mas que, na época da implementação, não havia recursos disponíveis. "Então, resolvemos a empresa bancar com esse investimento e fazer esse primeiro experimento com essas 30 famílias."Ele espera que haja mais de 200 famílias no futuro e que a renda líquida de cada um deles tem sido de aproximadamente US$ 800 dólares (cerca de R$ 4 mil) ao mês.
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Assentamentos rurais no Pará conciliam agricultura familiar e preservação na Amazônia
Especiais
Em Santa Bárbara do Pará, a ocupação realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2004 possibilitou que famílias tivessem acesso à terra e pudessem desenvolver atividades agrícolas de forma organizada.
Hoje, pequenos agricultores familiares diversificam culturas como dendê, macaxeira e mandioca, conciliando geração de renda e cuidado com o meio ambiente, por meio de parceria com a empresa Dendê do Brasil (Denpasa).
O agricultor familiar Ednaldo Souza afirmou que antes de ingressar no projeto atual trabalhou com culturas tradicionais como mandioca e macaxeira. Ele contou que a produção desses alimentos, conhecida como cultura branca, é difícil de sustentar financeiramente.
"Quando você vai vender, a farinha está lá no preço lá embaixo, quer dizer, não compensa. Não compensa o teu trabalho. Aí fica difícil para o agricultor sobreviver só assim de cultura branca."
Ednaldo participa de um projeto que permite colher produtos em apenas três anos, uma vantagem em relação a outras iniciativas, como o reflorestamento promovido pelo MST, que leva de seis a dez anos para gerar retorno. "Esse foi o porquê de eu optar pelo dendê", explicou, se referindo à demora.
Ele reconhece que a atividade é alvo de críticas de ambientalistas, por envolver monocultura, mas que não vê "um mal". "Não vai destruir como a gente vê na cidade."
Ednaldo mora na propriedade onde trabalha e explicou que a área do projeto é parte de um grande assentamento que compreende Santa Bárbara, Tauá e Santa Isabel, que teve apoio da empresa Denpasa.
O agricultor detalhou à reportagem os cuidados necessários para o cultivo do dendê em sua propriedade. Segundo ele, o crescimento da planta depende de manutenção constante, que consiste em limpar e amarrar os cipós que poderiam atrapalhar o desenvolvimento do dendê. "Se a gente não fizer a limpeza, ele impede o crescimento do dendê."
Izete dos Santos Costa, conhecida como "Dona Nena", é proprietária da área onde mora na Ilha do Combu e responsável pela produção de cacau utilizado em sua fábrica, a Filha do Combu. Ela explicou que a terra passou pelo seu sogro e pelo marido antes de chegar às suas mãos e às de suas duas filhas.
A produtora resgatou a tradição familiar ligada ao cacau e foi expandindo gradualmente a produção até chegar ao chocolate refinado. "E resgatei, foi dando certo, aos poucos eu fui diversificando a produção."
Dona Nena destacou que a produção respeita a floresta local. Para aumentar a produção de cacau, seria necessário derrubar árvores, algo que não se enquadra em seus objetivos. Ela explicou que a comunidade tem se voltado para o açaí, que gera retorno financeiro mais rápido, o que tem reduzido a produção de cacau na região e dificultado a obtenção de matéria-prima de qualidade. "Então, com isso diminui a produção na ilha, e dificulta mais para a gente conseguir matéria-prima de qualidade."
Roberto Yokoyama, diretor da Dendê do Pará SA (Denpasa), defendeu a parceria com pequenos agricultores, dizendo que é uma forma de "financiar esses agricultores para criar um cluster de sucesso".
"Quando trouxemos essa proposta para os agricultores, houve muita desconfiança que a empresa queria tomar área deles ou alguma coisa nesse sentido. E nós gostaríamos na verdade de incluí-los para auxiliar na produção. Nós temos interesse logicamente no fruto, então é o objetivo de uma parceria deles plantarem e nós garantimos a compra do fruto deles."
Roberto detalhou que o modelo da empresa se assemelha a programas de governo, como o Pronaf, mas que, na época da implementação, não havia recursos disponíveis. "Então, resolvemos a empresa bancar com esse investimento e fazer esse primeiro experimento com essas 30 famílias."
Ele espera que haja mais de 200 famílias no futuro e que a renda líquida de cada um deles tem sido de aproximadamente US$ 800 dólares (cerca de R$ 4 mil) ao mês.
"Por enquanto ainda vai ser muito pouco. Não chega nem 10% da nossa produção. Mas nós temos aqui cerca de 400 famílias, no assentamento, e queremos atingir pelo menos a metade dessas famílias com esse projeto."
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