O Pentágono sempre procurou estar na vanguarda dos seus possíveis rivais no campo da tecnologia militar.
Com o surgimento de mísseis antiaéreos, que apareceram nos anos 50, a superioridade da aviação dos EUA começou a ficar comprometida e o país passou a procurar novas maneiras de recuperar a supremacia perante o desafio dos radares.
Tudo mudou quando cientistas norte-americanos adquiriram as traduções das obras do físico soviético Pyotr Ufimtsev, o pai das tecnologias furtivas. Ele desenvolveu a teoria e a fórmula que fez os aviões "desaparecerem" dos radares inimigos.
Os próprios engenheiros dos EUA qualificaram o trabalho de Pyotr Ufimtsev como um "avanço na tecnologia furtiva", diz Gernot Kramper, autor do artigo da edição alemã.
Ao dominar a tecnologia do físico soviético, os EUA criaram e fabricaram vários protótipos que culminaram na aeronave F-117A Nighthawk.
"Na verdade, o design tão feio do F-117A não tinha nada a ver com a possibilidade de desaparecer dos radares. Os computadores da época simplesmente não eram capazes de calcular corretamente como as ondas de rádio se refletiriam no avião", explica Kramper.
O F-117A foi modernizado até chegar aos bombardeiros estratégicos B-2 Spirit e aos caças F-22 Raptor. A partir deles, já surgiu a família dos F-35. Hoje, os caças furtivos são a principal vantagem tecnológica da aviação americana contra qualquer adversário, embora a Rússia e a China tenham recentemente apresentado aeronaves semelhantes.
Deve-se notar que a contribuição de Pyotr Ufimtsev não se limita a ter formulado a teoria que deu origem ao conceito "stealth".
Seus colegas e ex-alunos na Rússia culparam a crise no país, a mesma que acabou com a URSS, por o cientista se ter mudado para os Estados Unidos. Isso levou a que as novas aeronaves que estavam sendo desenvolvidas na Rússia não tivessem utilizado a tecnologia que o cientista desenvolveu. Esta apenas foi experimentada para tornar os mísseis balísticos invisíveis.
"Já há sintomas do declínio das aeronaves 'stealth'. Evitam ser detectadas por radares convencionais, mas resulta que você pode usar os chamados ‘radares passivos' para detectá-las", adverte o autor.
Por exemplo, Kramper destaca as declarações do Ministério da Defesa da Rússia sobre "as fantasias" das tecnologias furtivas.
Até que haja um confronto militar entre duas potências tecnicamente comparáveis, qualquer discussão sobre o funcionamento de tecnologias "é pura especulação", manifesta o autor.
O que se sabe hoje é que os aviões furtivos "provaram estar muito acima de seus adversários tecnologicamente menos avançados", concluiu.