Somente os EUA têm mais aviões, isto é, 3.400 unidades em ação. Entretanto, a investigação publicada no portal The National Interest, revela que a China pode ter algumas classes de aeronaves pouco conhecidas no Ocidente.
Outros 38% contam com os caças de 4ª geração, que em teoria podem fazer resistência a alguns aviões da produção estadunidense, como os F-15 e F-16. Finalmente, os caças furtivos não superam 1% do número total.
Grande parte dos aviões disponíveis são "clones" das construções russas ou norte-americanas, assinala Robin. Por isso, não é difícil determinar as capacidades técnicas das aeronaves a partir dos seus originais. A China, na verdade, revela pouco as propriedades técnicas dos seus aviões, mantendo em segredo os dados sobre a maior parte da sua frota.
Não obstante, as capacidades de toda esta aviação "são somente a metade da história", afirma o investigador. Ao menos a metade da sua eficácia consiste no treinamento, na doutrina organizacional e nos "ativos de apoio a partir dos dados dos seus satélites de reconhecimento, aviões cisterna, radares terrestres e postos de comando aerotransportáveis".
'Ataque de clones' adiado por décadas
O design mais antigo disponível datado no ano de 1950, "quando a União Soviética e a China comunista eram as melhores companheiras". Naquela época, Moscou transferiu muitos tanques e aviões para Pequim, juntamente com toda a tecnologia.
Uma das primeiras aeronaves fabricadas na China foi a J-6, um clone do MiG-19 supersônico. Pequim construiu milhares desses aviões e quase todos, com algumas exceções, já foram removidos. Quase 150 unidades de sua modificação redesenhada estão em serviço para realizar ataques terrestres, por exemplo, o Nanchang Q-5. Estes já estão equipados com munições de precisão guiadas.
Apesar das dificuldades nas relações russo-chinesas no final da década de 1950, em 1962 a URSS ofereceu mais uma dúzia de novos caças MiG-21 à China como parte de uma iniciativa de reconciliação. Pequim rejeitou a oferta, mas ficou com os protótipos, que foram submetidos à pesquisa de engenharia. Assim, apareceu o Chengdu J-7, mais robusto, mas também mais pesado que o original.
Em vez de descartar os J-7 com a chegada do novo milênio, a China se dedicou a mantê-los atualizados. Em 2004, a modificação J-7G recebeu um radar Doppler israelense com alcance de 60 quilômetros. Ademais, também foram melhorados seus mísseis e introduzida uma cabine de cristal digital.
Outro clone da era soviética é o Xian H-6, um bombardeiro estratégico de dois motores desenvolvido a partir do Tu-16 da década de 1950.
Embora este fosse menos capaz que os bombardeiros Boeing B-52 ou Tupolev Tu-95, o H-6K ainda continua relevante porque pode lançar mísseis de cruzeiro pesados de longo alcance contra os alvos navais ou terrestres a distância de até 6.500 quilômetros sem entrar na área da defesa aérea inimiga.
Originalmente, o Xian tinha a missão de transportar as armas nucleares, mas a Força Aérea chinesa parece não estar mais interessada neste papel. Relata-se, ademais, que Pequim estará desenvolvendo um novo bombardeiro estratégico dessa família, o H-20, mas ainda há pouca informação sobre ele.
Inovações domésticas
A China começou a desenvolver as aeronaves com seu próprio design em meados da década de 1960, mas a estreia destes não ocorreu até 1979, quando o avião interceptor supersônico Shenyang J-8 decolou pela primeira vez. Este era capaz de alcançar a velocidade de Mach 2.2, embora lhe faltassem a aviônica moderna e a capacidade de manobra. Hoje em dia, 150 unidades da sua versão modernizada, o J-8II, ainda estão em serviço.
Duzentas aeronaves Xian JH-7, conhecidas como "leopardos voadores", entraram em serviço em 1992. Eles são potentes bombardeiros navais que podem transportar até 9 toneladas de bombas a uma velocidade máxima de Mach 1,75. Quando estes evitam um verdadeiro combate aéreo, têm uma enorme capacidade destrutiva.
O Chengdu J-10, por outro lado, é um análogo chinês do F-16 Fighting Falcon, caça multifuncional muito manobrável com a aviônica de alta qualidade, o que compensa a instabilidade aerodinâmica da sua fuselagem.
Atualmente, sua fabricação depende do fornecimento de turbojatos russos AL-31F. Alguns de seus dispositivos são genuinamente modernos, como os sistemas avançados de busca e escolta por raios infravermelhos e um radar AESA da última geração, que nem todos os F-16 possuem.
No entanto, entre as 250 unidades fabricadas, houve muitas envolvidas em acidentes fatais, possivelmente relacionados com alguns problemas no sistema de controle eletrônico.
Solução transcendental
Nos piores momentos para a economia russa, após o colapso da URSS, os chineses apelaram ao seu vizinho do norte para adquirir os mais modernos caças da época, Sukhoi Su-27. A decisão de vender vários deles foi transcendental, diz o autor. Agora, uma família extensa de aeronaves derivadas deste modelo, comparáveis com o F-15 Eagel, "constitui o núcleo da moderna Força Aérea da China".
Moscou, por sua vez, ficou irritada com o fato, mas ainda vendeu 76 unidades do caça Su-30 modernizado (designado Flanker na OTAN) para a China. Esses análogos do F-15E Strike Eagle destinados para um ataque naval e terrestre também serviram como inspiração para designers chineses.
Assim, eles fizeram seu próprio modelo derivado: o Shenyang J-16 (Red Eagle), que possui um radar AESA, e Shenyang J-15 Flying Shark, um caça adaptado para porta-aviões. Cerca de vinte dessas unidades estão atualmente implantadas no convés do navio chinês Liaoning. Mais tarde, veio também o J-16D, aeronave de contramedidas eletrônicas.
Os derivados chineses dos aviões Sukhoi pertencem, em teoria, à 4ª geração, como os F-15 e os F-16. Sua principal vulnerabilidade é o seu turbopropulsor de produção nacional WS-10, que sofreu problemas de manutenção e não produziu impulso suficiente. A tecnologia do motor a jato ainda hoje é a principal limitação deste avião de combate chinês. Roblin não exclui que Pequim irá comprar novamente turbojatos russos para resolver o problema.
Em um período de tempo incrivelmente curto, a China desenvolveu dois modelos diferentes de caçadores furtivos. Vinte aeronaves Chengdu J-20 foram encomendadas em 2017. Trata-se de um grande bimotor com velocidade e alcance otimizados, bem como a capacidade de carregar armas pesadas, porém, em detrimento da capacidade de manobra.
Enquanto isso, o Shenyang J-31, que no momento tem apenas dois protótipos construídos, é menor e representa uma remodelação do F-35 com dois motores americanos. Possivelmente, a corporação fabricante usou para a construção os designs "hackeados" dos computadores da empresa Lockheed Martin.
Os EUA temem, por sua vez, que os designers chineses tenham desenvolvido uma aerodinâmica superior em comparação com seus originais, inclusive as tecnologias que permitem decolar ou aterrissar verticalmente.
O projeto J-31 pode ser usado para porta-aviões do tipo 002 e também como alternativa às exportações do caça F-35 com um preço muito mais baixo.