Desenvolvido por uma equipe do Observatório de Paris e apoiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa (ERC), o PicSat está programado para ser lançado na manhã de sexta-feira em um foguete indiano PSLV.
Descoberto em 1984, a Beta Pictoris está localizada a cerca de 60 anos-luz da Terra na constelação do sul de Pictor.Tem "apenas" 20 milhões de anos, tem uma massa de cerca de 1,8 vezes a do nosso sol e está rodeada por um enorme disco de detritos ricos em carbono e oxigênio — materiais dos quais os corpos cósmicos são formados.
Ao apontar o telescópio diretamente para a estrela, os pesquisadores esperam coletar dados científicos essenciais que os ajudem a entender melhor os processos de formação planetária e evolução do sistema solar.
O foco principal será a Beta Pictoris b, que é cerca de 16 vezes maior e 3.000 vezes mais maciço do que a Terra, mas com dias que duram apenas cerca de oito horas. Ele orbita sua estrela a uma distância de oito vezes a da Terra ao sol, girando a uma velocidade vertiginosa de cerca de 90.000 quilômetros por hora.
A equipe pretende detectar o trânsito raro e curto do planeta em relação à estrela, um evento que ocorre aproximadamente uma vez a cada 18 anos e dura apenas algumas horas.O próximo trânsito deve acontecer entre julho e março de 2018. Medindo a quantidade de luz que Beta Pictoris bloqueia durante seu trânsito, os astrônomos poderão coletar detalhes sobre sua massa, densidade e composição da atmosfera. Os cálculos, porém, podem ser imprecisos.
"Nós não estamos 100% seguros de que o trânsito acontecerá. A órbita de Beta Pictoris b não é bem conhecida", disse o líder da missão, Sylvestre Lacour.Ele acrescentou que, se as previsões da equipe estiverem erradas, o PicSat observará outros objetos secundários orbitando a estrela.
O pequeno PicSat mede 10x10x30 centímetros e pesa 3,5 quilos.O consumo de energia do satélite é de apenas 5W, equivalente ao de uma lâmpada econômica.