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De Fusca na Copa: dupla brasileira vai rodar 20 mil km no Mundial na Rússia

Segundinho vai à Copa da Rússia. Veterano de estrada, o Fusca já rodou 40 mil quilômetros em 7 países da América do Sul. Agora, ele viajará para sua primeira aventura intercontinental.
Sputnik

A Sputnik Brasil entrevistou o idealizador do projeto, o fotógrafo e professor Nauro Júnior. Ele conta que precisava de um meio de transporte para levá-lo para a faculdade, e então trocou um iPhone pelo Fusca 1968 que depois foi batizado de Segundinho. O carro tornou-se o "xodó" da turma e fez sua excursão pela América como uma espécie de "viagem de formatura".

"Ele [Segundinho] não chegou à Antártida porque a Marinha não quis levar ele, eu queria que eles levassem. Fiz 5 mil quilômetros até o extremo sul da América do Sul e lá peguei um avião da FAB e fui pra Antártida. Deixei o fusca em Punta Arenas e depois retornamos de navio por 6 dias e peguei o Fusca lá e retornamos para o Brasil. Deu 10 mil quilômetros essa viagem."

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O périplo foi documentado na página Expedição Fuscamérica.

Agora, Segundinho vai de barco até Hamburgo, na Alemanha, e depois de trem até Moscou para então encontrar Nauro Júnior e o co-piloto Caio Passos.

"A brincadeira começa com a Copa de 1978, na Argentina. Eu disse para o meu pai 'poxa vida, a Copa do Mundo é em um país aqui do lado, vamos ver a Copa?'. E meu pai tinha um Fusca e disse 'Não, tu é louco, um Fusca nunca vai chegar na Argentina'. Quase 42 anos depois, eu estou indo com um Fusca para uma Copa do Mundo do outro lado do Oceano, na Rússia. De alguma forma estou exorcizando isso, do meu pai falar que um Fusca nunca chegaria na Copa", diz Nauro.

O fotógrafo e professor universitário conta que o objetivo é mostrar o "lado B" da Copa do Mundo. "Vamos cruzar a Rússia com 'mucho sueño y poca plata' [algo como 'muitos sonhos e pouco dinheiro', em tradução livre], então se tiver que dormir no Fusca, vamos fazer isso, se tiver que fazer nossa própria comida, vamos fazer."

Nauro diz que não fala russo ou inglês, apenas "arranha" o espanhol. "Estamos indo para um evento em que as pessoas se comunicam em outro idioma, que é o idioma do futebol, da bola", diz.

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Segundinho pelo mundo: veja registros dos locais visitados pelo Fusca 1968.
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Cordilheira dos Andes.
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Em Montevidéu, com o passageiro ilustre e ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.
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Valle de la Luna, parte do Deserto do Atacama, no Chile.
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Patagônia chilena.
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No Salar de Uyuni, Bolívia. O maior deserto de sal do mundo.
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Nauro Júnior na Antártica.

O idealizador da empreitada diz que o Fusca Segundinho pretende seguir a Seleção Brasileira e percorrer cerca de 20 mil quilômetros, mas que também poderá acompanhar a participação de seleções latinas como Argentina e Uruguai no certame.

"Não podemos correr o risco de querer fazer uma coisa impossível e quebrar o Fusca, ele tem 50 anos, é de 1968. E o líder da expedição também tem 50 anos, então temos que respeitar a idade".

Ele conta que comprou Segundinho para fazer par com outro Fusca que já tinha, por isso o nome "diferente" do veículo. Já durante o planejamento para acompanhar o Mundial de Futebol, ele fez pesquisas por agências de notícias russas para batizar seu carro e uma das possibilidades é de Segundinho ganhar um sobrenome: Sputnik.

"Ele vai ser um 'correspondente' do Brasil na Rússia, então vai ser o Segundinho Sputnik", diz Nauro em tom de brincadeira.

Para bancar o projeto, será lançada campanha de financiamento coletivo no dia 20 de janeiro. O objetivo é levantar R$ 40 mil.

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