No ano passado, o Departamento de Migração da Suécia contabilizou 444 vítimas de tráfico humano, 103 casos a mais do que o registrado em 2016. De acordo com Kajsa Törnqvist Netz, que coordena o combate ao tráfico humano do Departamento de Migração.
Do total, 213 casos de tráfico humano tiveram como pano de fundo a exploração sexual e 161 vítimas foram levadas para a Suécia para realizarem trabalhos forçados. A maior parte das pessoas que tinham a Suécia como destino final eram mulheres, cerca de 260, enquanto 188 eram homens.
A proporção de gênero se inverte, no entanto, quando pegamos os números das vítimas menores de idade. Desses, 41 são meninas e 66 meninos.
Mais uma vez, a Nigéria foi o país com o maior número de vítimas (48), seguido do Afeganistão (41), Vietnã (33), Cuba (30), Iraque (18), Marrocos (16) e Tailândia (12).
O Departamento de Migração atribui ao crescimento de casos de tráfico humano a queda no número de requerentes de asilo em 2017. No entanto, as vítimas dos casos de tráfico de seres humanos foram identificadas em outras categorias de pedido de cidadania, como para pedidos de autorizações de trabalho e de extensão da permissão de visitas.
A melhora no treinamento das autoridades suecas no combate ao tráfico humano também pode ter sido um dos fatores para o registro maior de casos de tráfico humano que antes pudessem passar despercebidos.
"É lamentável que o número de vítimas do tráfico de seres humanos esteja aumentando", escreveu o Conselho de Migração.
Ao mesmo tempo, a Suécia registrou um recorde no número de estrangeiros que receberam cidadania sueca. Em 2017, aproximadamente 55,4 mil "novos suecos" puderam usufruir dos direitos sociais de qualquer cidadão do país, um aumento de 15% em relação a 2016.
Em 2017, a taxa de aceitação das aplicações atingiu 83%. A Síria tornou-se o país de origem mais comum dos novos cidadãos suecos, superando efetivamente a Somália. De acordo com a Lei de Cidadania, os requerentes não são obrigados a provar suas habilidades linguísticas, auto-suficiência ou integração.
Para aqueles com status de refugiado, apenas uma estadia de dois anos com identidade comprovada é necessária.
Surpreendentemente, a Geórgia tornou-se um importante fornecedor de requerentes de asilo para a Suécia depois de terem viajado livremente no espaço Schengen em março de 2017. Após um aumento acentuado no final do outono, os georgianos são atualmente o segundo maior grupo de requerentes de asilo na Suécia. O Departamento de Migração da Suécia atribuiu isso a alta oportunidade de emprego no país.
Nos últimos anos, a Suécia, uma nação de 10 milhões de habitantes, recebeu mais de 200 mil requerentes de asilo, predominantemente do Oriente Médio, bem como da África do Norte e do Leste.