'Ganância consumista' ameaça Amazônia, diz Papa Francisco

O Papa Francisco afirmou em reunião com povos indígenas no Peru nesta sexta-feira (19) que a Amazônia nunca esteve tão ameaçada.
Sputnik

O pontífice está em Puerto Maldonado, uma região do Peru que tem sua biodiversidade ameaçada por projetos de mineração e exploração de madeira. Os temas ambientais são tema recorrente no papado de quase 5 anos de Francisco.

"Os povos amazônicos nativos provavelmente nunca foram tão ameaçados em suas próprias terras como estão agora", disse o papa em discurso para uma plateia de mais de 20 etnias indígenas.

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O pontífice criticou a "pressão exercida pelos interesses das grandes empresas" buscando petróleo, gás, madeira e ouro e saqueando "suprimentos para outros países sem preocupação com seus habitantes".

Francisco teve seu discurso interrompido por aplausos e tambores e também ouviu o relato dos indígenas presentes no encontro.

"Eles entram em nossos territórios sem nos consultar e sofreremos muito quando os estrangeiros começarem a minerar… e destruir nossos rios transformando-os em águas negras da morte", disse o indígena Harakbut Hector Sueyo, de acordo com a agência Reuters.

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A região sudeste do Peru, conhecida como "Madre de Dios", tem sido alvo de mineração de ouro sem regulamentação e registra um aumento do nível de mercúrio nos rios. Os mineradores e traficantes de drogas costumam matar ativistas e índios.

"Nós não podemos usar bens destinados a todos como dita a ganância consumista. Limites devem ser definidos para que consigamos ajuda para nos preservar de planos de destruição massiva", disse Francisco.

A última vez que o Papa esteve na Amazônia foi em 1985, quando João Paulo II visitou a cidade peruana de Iquitos.

A população indígena local espera que a visita papal ajude a convencer o presidente Pedro Pablo Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street, a agilizar o processo de demarcação de suas terras.

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