No mês passado, Donald Trump rompeu um consenso diplomático de décadas ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel e prometeu transferir a embaixada estadunidense para a cidade.
"Jerusalém é a capital de Israel — e, como tal, o presidente Trump ordenou o Departamento de Estado iniciar os preparativos iniciais para mudar nossa embaixada de Tel Aviv para Jerusalém", disse Pence antes de prometer que a transferência acontecerá "antes do final do próximo ano".
O secretário-geral da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, afirmou que a fala de Pence "provou que a administração dos EUA é parte do problema e não a solução".
Em entrevista com a agência de notícias Associated Press, Pence afirmou que Washington quer mediar a paz:
"Nossa mensagem para o presidente [Mahmoud] Abbas e a Autoridade Palestiniana é: A porta está aberta. A porta está aberta. O presidente Trump está absolutamente empenhado em fazer tudo o que os Estados Unidos conseguem para alcançar um acordo de paz que acabe com décadas de conflito".
O árabe Ayman Odeh afirmou que não forneceria um "cenário silencioso" para um homem que ele chamou de "racista perigoso".
Após ter seu discurso interrompido pelos protestos, Pence afirmou estar em uma posição de humildade por falar para uma "democracia vibrante".
"Eu estou aqui para transmitir uma mensagem simples: a América está com Israel. Nós estamos com Israel porque sua causa é nossa causa, seus valores são nossos valores e sua luta é a nossa luta", afirmou o vice-presidente dos EUA.
Pence afirmou que apoia uma solução de dois Estados — desde que Israel e Palestina concordem. O Governo do premiê de Israel, todavia, é dominado por políticos de linha dura que não aceitam o Estado palestino, o que deve dificultar o cenário abordado por Pence.
Conflito com a imprensa
A Associação de Imprensa Estrangeira de Israel acusa o Governo do país de tentar intimidar a imprensa. Uma jornalista que cobria a visita de Pence foi revistada e a equipe de segurança do evento pediu que ela retirasse seu sutiã para uma inspeção. Diante de sua negativa, a jornalista foi barrada.
De origem finlandesa, ela afirma que foi escolhida pelos serviço de segurança porque seu pai é palestino.