Por sua vez, Sergei Khestanov, da Academia Russa de Economia Nacional e Administração Pública, advertiu que o respectivo processo levará muito tempo e que não se deve esperar mudanças radicais.
Segundo os dados do Centro de Estudos de Integração do Banco Euroasiático de desenvolvimento (EABR, na sigla em russo), até o momento, a maioria das transações entre os países da União se realiza em rublos, cerca de 69 bilhões de dólares (R$ 221,7 bilhões), enquanto as transações em dólares atingem apenas 18 bilhões (R$ 57,8 bilhões). Além disso, durante os últimos seis anos, a porcentagem das transações na moeda russa aumentou de 56% para 75%, enquanto as operações em dólar caíram de 35% para 19%.
Porém, no momento, mais de 70% de todas as transações mundiais são realizadas em dólares. Quanto à Rússia, a porcentagem da moeda norte-americana alcança quase 70%. Apesar de Moscou ter negociações com países como a Turquia, Egito e Irã, as transações em rublos continuam sendo algo exótico, pois o valor da moeda nacional russa acaba de se estabilizar.
Desta maneira, a Rússia agora pretende realizar transações em moedas nacionais com seus aliados do BRICS — Brasil, Índia, China e África do Sul.
Em 2009, o banco Central da Rússia e o Banco da Reserva da Índia começaram a cooperar com o objetivo de criar um mecanismo comum para realizar tais transações. Como resultado, em 2016, 19% das transações entre Moscou e Nova Déli foram realizadas em rublos. Segundo disse o economista indiano Pronab Sen à Sputnik, esta medida protegerá os países da instabilidade do dólar.
A internacionalização do rublo poderia transformá-lo em uma das moedas de reserva mundiais, mas este processo duraria várias décadas. Ao mesmo tempo, isso poderia abrir novas oportunidades para o desenvolvimento econômico do país.