O conselho consultivo "Internet e eleições" conta com integrantes da Polícia Federal, Exército e organizações da sociedade civil. Até o momento, o órgão já fez três reuniões e nenhuma alteração na lei eleitoral foi proposta. O secretário-geral da presidência do TSE, Luciano Felício Fuck, afirmou que o objetivo é atuar de maneira preventiva.
O levantamento sobre as notícias mais compartilhadas no país é uma iniciativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital, um projeto do grupo de pesquisa em políticas públicas para o acesso à informação da USP.
O professor da Universidade Federal do ABC Sérgio Amadeu vê a medida do TSE com cautela. Ele julga como positiva a preocupação do poder público, mas ressalta que o processo de classificar uma informação como falsa não é banal.
"Não é simples dizer o que é falso e o que não é. Quando se trata de um fato, em geral é simples descobrir se ele aconteceu ou não. Entretanto, há uma complicação. Você pode querer saber a razão do fato ter ocorrido, as consequências e a sua correta interpretação. A luta política em geral é travada em torno dessa complexidade", afirma Amadeu.
A jornalista Tai Nalon trabalha nesse processo de checagem de informações. Ela é diretora da agência Aos Fatos — que busca mentiras proferidas por políticos e figuras públicas. As afirmações conferidas pela equipe de Aos Fatos recebem selos como verdadeiro, falso, exagerado ou insustentável. Tai esclarece que os selos funcionam para deixar mais didático o processo de checagem.
Para Sérgio Amadeu, o discurso de ódio será um problema maior do que as notícias falsas durante o processo eleitoral. O professor da Universidade Federal do ABC diz que existem grupos que compartilham notícias falsas de maneira consciente porque acreditam que seus adversários políticos devem ser "eliminados".
117 milhões de brasileiros utilizam a rede social de Mark Zuckerberg para consumir notícias, de acordo com relatório do Reuters Institute, da Universidade de Oxford.