A data de 30 de janeiro marcou o Dia Mundial pelo Apoio aos Direitos Palestinos sobre os territórios ocupados por Israel em 1948.
"O povo palestino, que sofre a ocupação mais recente e mais nojenta da história, espera um apoio ainda maior por sua causa justa e seus legítimos direitos para acabar com a ocupação israelense e cumprir suas aspirações", afirmou Nofal por ocasião da data.
"[As aspirações] se concentram principalmente na criação de um Estado independente dentro das fronteiras a partir de 4 de junho de 1967, com a capital em Jerusalém Oriental, e encontrar uma solução justa para a questão dos refugiados de acordo com as resoluções internacionais pertinentes", completou.
Israel e a Palestina estão presos em uma disputa de décadas sobre fronteiras e soberania. Em 1948, depois que o mandato do Reino Unido sobre a Palestina terminou, os israelenses anunciaram a criação de seu Estado nos territórios em disputa.
Como resultado, uma guerra árabe-israelense no mesmo ano entrou em erupção e Israel conseguiu conquistar territórios inicialmente destinados aos palestinos, de acordo com a resolução da Assembleia Geral da ONU.
Israel conquistou Jerusalém a partir do Jordão durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a declarou a capital do Estado judeu. A Palestina procura estabelecer Jerusalém Oriental como sua própria capital independente.
Sem conversa
De acordo com o principal negociador dos palestinos, não haverá discussões com a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, até o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel seja revertida.
Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina e o negociador-chefe dos palestinos, disse à agência AFP que a decisão era "parte de uma nova era americana de passar da negociação para o ditado".
O reconhecimento de Jerusalém em Trump em 6 de dezembro, como capital de Israel, desencadeou protestos entre os palestinos, que consideram a cidade também sua capital.
Os comentários de Erekat vêm com a retórica entre a Casa Branca de Trump e os palestinos, que disseram que os Estados Unidos não podem mais mediar no conflito no Oriente Médio e boicotaram uma recente visita ao vice-presidente dos EUA, Mike Pence.
Na semana passada, Trump acusou os palestinos de desrespeitar os Estados Unidos e ameaçou reter centenas de milhões de dólares em ajuda até retornarem à mesa de negociações.
De acordo com Erekat, os palestinos — diante do que vêem como uma administração norte-americana flagrantemente tendenciosa — estão apontando para convocar uma conferência internacional em um esforço para demonstrar apoio global para uma solução de dois Estados para o conflito.