No momento, especialistas da República Islâmica estão estudando o rico "cardápio" dos armamentos russos. Pelo visto, o pedido será grande, já que os norte-americanos abandonaram recentemente o mercado de armamentos paquistanês, que forneciam uma grande parte das armas de defesa a Islamabad.
Colaboração complicada
Ao longo do resto da história da URSS e do início do século XXI, épocas de amizade e colaboração no campo militar antecediam períodos de tensões. Assim, por exemplo, na época dos anos 80, Islamabad apoiou mujahidins afegãos na luta contra a URSS.
De 1996 a 2014, a Rússia forneceu ao Paquistão aproximadamente 70 helicópteros Mi-17, que ainda hoje fazem parte dos veículos de transporte da aviação do exército paquistanês.
Além disso, em conformidade com contrato assinado em 2007, Moscou entregou ao Paquistão pela China motores de aviação RD-93, assegurando, assim, reequipamento de mais de cem aviões paquistaneses com motores russos avançados.
Aspecto indiano
Em 2014, a Rússia e o Paquistão reiniciaram colaboração no campo militar. Em 2016, os países realizaram as primeiras manobras conjuntas Druzhba-2016 (Amizade-2016). Em 2017, Moscou forneceu a Islamabad quatro helicópteros Mi-36 e dois Mi-171. Além disso, os paquistaneses estão demonstrando interesse em helicópteros de transporte Mi-26, sistemas de artilharia, defesa antiaérea, projéteis guiados, e assim por diante. Ademais, vale destacar o interesse de Islamabad nos equipamentos militares russos que mostraram bons resultados na operação antiterrorista na Síria.
O especialista militar Andrei Frolov acredita que os contratos militares com o Paquistão dificilmente possam estragar as relações entre a Rússia e a Índia. Pelo contrário, há grandes chances de Nova Deli mudar seu posicionamento quanto a assuntos da colaboração militar e se mostrar mais disposta a compromissos, acrescenta.
Embargo dos EUA
Anteriormente, Donald Trump se expressou a favor de cessar assistência militar a Islamabad, afirmando que os paquistaneses "achavam que nossos presidentes são idiotas por terem dado asilo a terroristas que vínhamos caçando no Afeganistão".
O embargo dos EUA pode seriamente afetar as capacidades de defesa do Paquistão. Uma vez que tanques e caças são fornecidos ao país islâmico pela China e as armas de pequeno calibre são de países europeus, as empresas norte-americanas ocuparam fortes posições no mercado da República Islâmica de helicópteros de combate e mísseis antitanque. Quando os armazéns paquistaneses de munições e peças de reserva se esvaziarem, o país pode correr risco de ficar com um monte de “sucatas” inúteis e de observar como seu vizinho – Índia – continua reforçando músculos militares.