Na tarde do sábado, 27 de janeiro, os moradores de Pucallpa observaram uma bola de fogo caindo do céu e pensaram que era um meteorito, segundo revela a gravação de um vídeo caseiro.
"Nos indicaram que aram objetos esféricos", contou à Sputnik Gustavo Henríquez, secretário-geral da Comissão Nacional de Investigação e Desenvolvimento Aeroespacial do Peru (CONIDA).
A imprensa local havia coberto o evento, enviando as fotos à respectiva entidade. Porém, somente quando chegou uma delegação da CONIDA à zona, se detectou a inscrição que aparece em uma das cisternas.
"No princípio, coordenamos com as autoridades locais para alertar a população para não se aproximar destes objetos e tomar medidas de precaução para a saúde. Logo enviamos uma missão da agência espacial ao local com o fim de avaliar a situação", informou o alto representante.
No momento da entrevista, as cisternas tinham viajado por terra desde Puno até a sede da CONIDA em Lima, onde seriam analisadas detalhadamente.
"É muito provável que estas façam parte de um lançador de satélites de origem russa, dado que nas imagens de uma das cisternas se observou a escrita cirílica, embora ainda se deva confirmá-lo", assegurou Henríquez.
Nota: o tweet afirma erradamente que se trata de hidrazina como combustível, que é uma substância altamente tóxica. Isso é incorreto, já que tanto o Zenit como os Soyuz, os foguetes mais recentemente lançados pela Rússia, usam querosene e oxigênio como combustível. Somente o Proton utiliza a hidrazina, mas o lançamento mais recente deste foguete portador teve lugar em setembro de 2017, ou seja, suas partes, caso tivessem caído na Terra, já o teriam feito há algum tempo.
O alto representante anunciou que nos próximos dias sua equipe entraria em contato com um grupo encarregado de monitorar os objetos próximos à Terra para identificar pela órbita de reentrada a origem das cisternas.
"Pode ser que tenham sido largadas durante um dos estágios de um lançador de satélites, que às vezes costumam utilizar este tipo de cisternas esféricas para transportar combustível e gás pressurizados, embora agora estejam vazias", afirmou.
Este fenômeno, de fato, já ocorreu em outras ocasiões em várias partes do planeta, mas resulta ser incomum.
"Mas representa sempre um perigo para a população e por isso estamos investigando o assunto com a ajuda da nossa chancelaria", enfatizou.
A CONIDA espera estabelecer o contato com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior com o objetivo de controlar e determinar a origem das cisternas.
"Nosso interesse é que isto seja notificado no Peru no futuro para estarmos alerta e diminuirmos qualquer ripo de risco", insistiu.