As informações divulgadas pela agência de notícias Reuters, a chanceler disse que não queria entrar nos assuntos internos da Polônia.
A polêmica lei polonesa impõe sentenças de prisão de até 3 anos a quem usar a frase "campos da morte poloneses" e a quem sugerir "publicamente e contra os fatos" que a nação ou o Estado polonês foram cúmplices dos crimes da Alemanha nazista.
"Sem interferir diretamente na legislação na Polônia, gostaria de dizer o seguinte, muito claramente, como chanceler alemã: Nós, como alemães, somos responsáveis pelo que aconteceu durante o Holocausto, a Shoah, sob o nacional-socialismo (Nazismo)", afirmou Merkel em seu podcast de vídeo semanal.
Ela estava respondendo a uma pergunta de um aluno que havia perguntado se a nova lei polonesa limita a liberdade de expressão.
Uma porta-voz do governo polonês concordou com as afirmações de Merkel, segundo informou a agência de notícias PAP. O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, conversará com Merkel, em Berlim, na próxima semana.
O partido da situação polonês "Lei e Justiça" entrou em confronto com a União Europeia e os grupos de direitos humanos sobre uma série de questões desde que assumiu o poder no final de 2015.
Ele diz que a lei é necessária para garantir que os poloneses sejam reconhecidos como vítimas de agressão nazista na Segunda Guerra Mundial e não agressores.
Mais de 3 milhões dos 3,2 milhões de judeus que viveram na Polônia anterior à guerra foram assassinados pelos nazistas, representando cerca de metade de todos os judeus mortos no Holocausto.
Judeus de todo o continente foram enviados para serem mortos em campos de concentração construídos e operados por alemães na Polônia ocupada — lar da maior comunidade judaica da Europa na época.