Oposição diz que não vai participar do 'show de Maduro' com eleições na Venezuela

A coalizão dos partidos da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou na quarta-feira que não participará nas eleições presidenciais de 22 de abril na Venezuela, pois não passaria de um "show".
Sputnik

"O evento prematuro e incondicional anunciado para este 22 de abril é um show desse governo para mostrar uma legalidade que não tem […] Estas não são eleições, nosso objetivo é conseguir eleições reais o mais rápido possível", afirmou o deputado da oposição Ángel Oropeza, em conferência de imprensa da sede do MUD.

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Por outro lado, o parlamentar disse que, "se as condições forem cumpridas", a oposição estaria disposta a participar das eleições.

Contudo, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral, os candidatos serão nomeados online de 24 a 26 de fevereiro, e a apresentação perante o Conselho Nacional será nos dias 26 e 27 desse mês.

Enquanto isso, a admissão ou rejeição de pedidos terá lugar entre 26 de fevereiro e 1o de março. Então, se os principais partidos de oposição não mudarem de ideia nos próximos dias, eles terão deixado de registrar candidatos.

Na terça-feira, Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido do governo do presidente Nicolás Maduro, disse que as eleições presidenciais no país poderiam ser combinadas com as eleições para a Assembleia Nacional controlada pela oposição.

Controvérsia

A decisão dos opositores de Maduro, se confirmada, deve permitir a reeleição do atual presidente da Venezuela, mas alimentará ampla condenação internacional sobre possíveis falhas democráticas no processo eleitoral.

Os dois maiores rivais de oposição de Maduro estão impedidos de correr contra ele: Leopoldo Lopez está sob prisão domiciliar, enquanto Henrique Capriles é impedido de ocupar cargos devido a acusações de má conduta quando ele era governador.

Além disso, o conselho de eleições nacionais pró-governo já proibiu a coalizão do MUD, além de algumas de suas principais lideranças, de se apresentar sob o nome de seus partidos.

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A decisão da oposição deixa Maduro diante de apenas um candidato confirmado até agora: um pastor evangélico pouco conhecido chamado Javier Bertucci.

Outro candidato provável, no entanto, é o líder da oposição Henri Falcon, um ex-governador que se separou dos socialistas em 2010. Ele expressou seu desejo de correr contra Maduro e pode romper com a decisão da coalizão de boicotar a votação.

A candidatura de Falcon provavelmente irá enfurecer os adversários de Maduro, muitos dos quais o veem como um cavalo de Tróia buscando ajudar Maduro a legitimar um voto fraudado.

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