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De olho na reeleição? Temer nega que intervenção no Rio tenha motivação eleitoral

O porta-voz do presidente Michel Temer (MDB), Alexandre Parola, disse nesta quarta-feira que a intervenção das Forças Armadas no Estado do Rio de Janeiro decretada pelo Executivo não tem fins eleitorais.
Sputnik

"A agenda eleitoral não é e nunca será a causa das ações do presidente […] o presidente da República não foi influenciado por nenhum outro fator além de ter uma demanda da sociedade, essa é a única lógica que motivou a intervenção federal na área de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro", disse Parola em um comunicado oficial.

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Na sexta-feira passada, o governo Temer decretou que as Forças Armadas assumam o comando da segurança pública no Rio, de modo que todas as forças policiais, bombeiros, serviço de inteligência e sistema prisional estejam agora coordenados por um militar.

A medida, sem precedentes desde a redemocratização (1985) e em vigor até 31 de dezembro deste ano, foi justificada pela escalada de violência no Rio, embora especialistas acusem o governo do oportunismo, tentando melhorar sua imagem pública para custo de uma intervenção qualificável como teatral e improdutiva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse também na quarta-feira em declarações à rádio Itatiaia que, com a decisão, Temer pretende ganhar força na opinião pública para concorrer às eleições de outubro, algo que o atual presidente descartou repetidamente até o momento.

O petista também assegurou que Temer está tentando seduzir o eleitorado do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), um militar da reserva que, com seu discurso de pulso firme contra o crime, aparece hoje em segundo lugar nas pesquisas.

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Além dos especialistas e do ex-presidente petista, no próprio círculo do presidente algumas vozes também apontaram para interesses eleitorais: o marqueteiro de Temer, Elsinho Mouco, explicou em entrevista ao jornal O Globo que o governo quer usar a intervenção para sustentar uma candidatura final de Temer para reeleição.

A maioria dos especialistas em segurança pública advertiu nos últimos dias que a intervenção no Rio terá pouco efeito no longo prazo, lembrando que as Forças Armadas realizam operações nesta região em tempo hábil desde 1992 sem que tenham havido ótimos resultados.

Além disso, eles alertam que nas favelas e subúrbios onde vive a população mais desfavorecida (e principalmente negra), existem muitos casos de violações dos direitos humanos, e que as possíveis irregularidades cometidas pelos soldados acabam gerando impunidade, por serem julgadas exclusivamente pela Justiça Militar.

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