Citado em uma investigação sobre possíveis crimes cometidos pelo senador José Serra (PSDB-SP) – delatores da Odebrecht apontaram irregularidades na licitação do Rodoanel Sul quando o tucano era governador –, Souza tinha 35 milhões de francos suíços em 2016 naquele país – R$ 113 milhões à época.
No ano passado, o montante foi transferido para um banco nas Bahamas. É o que mostram documentos compartilhados por autoridades da Suíça, e isso motivou a juíza federal Maria Isabel do Prado a determinar a quebra do sigilo bancário de Souza e o bloqueio de valores nas contas suíças.
Segundo o Ministério Público, as movimentações das contas em valores superiores a R$ 2,5 milhões, entre 2009 e 2010, são "incompatíveis com o cargo público ocupado".
Na Operação Lava Jato, o operador financeiro Adir Assad afirmou ter repassado R$ 100 milhões a Souza, dinheiro que serviria, entre outras coisas, para o financiamento de campanhas do PSDB via caixa 2. No Estado de São Paulo, o ex-diretor da Dersa supostamente seria o centralizador dos recursos.
No inquérito contra Serra, Souza aparece justamente como um elo entre as empreiteiras e recursos irregulares para suas campanhas eleitorais.
Em notas oficiais, o PSDB paulista negou qualquer irregularidade, ressaltando que todas as doações feitas ao partido foram declaradas à Justiça Eleitoral. Já a Dersa se diz grande interessada, sobretudo em prol do eventual ressarcimento dos cofres públicos.
Já Serra preferiu não comentar o caso.