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‘Rodrigo Maia sabe o que fazer para tirar o Brasil da crise', diz deputado

Passados 29 anos após participar da eleição de 1989 com Aureliano Chaves, o DEM (então PFL, Partido da Frente Liberal) terá candidato à Presidência da República no pleito de 7 de outubro. Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara dos Deputados, teve a pré-candidatura lançada na quinta-feira, 8, e disse que estará no segundo turno, em 28 de outubro.
Sputnik

Um dos seus mais entusiastas correligionários, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM), comentou para a Sputnik Brasil o lançamento da pré-candidatura de Rodrigo Maia e disse que o seu colega de partido e Câmara dos Deputados sabe o que fazer para tirar o Brasil da crise:

"Estamos oferecendo a candidatura de um político jovem que sabe exatamente o que fazer para tirar o Brasil da crise em que se encontrou durante muito tempo e dar prosseguimento às reformas de que o Brasil precisa para encontrar o seu caminho, seja na educação, na saúde, na área social, etc. Além disso, o Brasil não pode mais continuar convivendo com esta situação de violência que se espalha pelo país. Portanto, precisamos de mãos firmes e compromisso para sair dessa arapuca em que um partido, como o PT, colocou nosso país".

Rodrigo Maia confirma pré-candidatura à Presidência
Ainda segundo Pauderney Avelino, o lançamento da candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da República não vai afetar em nada o relacionamento do DEM com o Presidente Michel Temer e sua equipe de governo. O deputado assegura que as relações entre DEM, governo e MDB, o partido de Temer, continuarão acontecendo de forma normal e institucional.

Como exemplo, Pauderney Avelino citou o fato de que o presidente nacional do MDB, o senador Romero Jucá (RR), ter comparecido ao lançamento da pré-candidatura de Rodrigo Maia, assim como o também deputado federal e atual ministro das Relações Institucionais, Carlos Marun (MDB-MS).

Quais as chances de Rodrigo Maia?

Diante do grande número de pré-candidaturas à Presidência da República — até o final desta semana, elas totalizam 11 de forma oficial — a Sputnik Brasil pediu ao cientista político Carlos Pereira, Professor de Economia Política da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, para analisar as possibilidades eleitorais dos candidatos, a começar pelo próprio Presidente da Câmara dos Deputados. Diz Carlos Pereira:

"Especificamente em relação ao Rodrigo Maia, eu só acredito em suas possibilidades eleitorais se ele for o candidato do governo e, a meu ver, ele está procurando se cacifar dentro do governo para ser este candidato".

A menos de sete meses para a realização do pleito, Carlos Pereira está convencido de que o Presidente Michel Temer não disputará a eleição e que, ao invés disso, o governo terá um candidato oficial:

Rodrigo Maia: 'Minha candidatura vai decolar, estou no 2º turno com certeza'
"É certo que o governo terá um candidato à sucessão de Michel Temer. Pode ser o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, como pode ser o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ou pode ainda ser um terceiro nome que nós sequer ouvimos falar. Mas pode acreditar que o governo terá um candidato que se valerá dos recursos do Fundo Partidário, do tempo de rádio e de TV, da recuperação da economia e, se possível, de eventuais resultados positivos que a intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro poderá gerar. Reunindo todas estas condições, o governo terá um candidato competitivo", afirma o analista político.

"As chances de Jair Bolsonaro chegar à Presidência da República são baixas"

Carlos Pereira não acredita na vitória do deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL e apontado pelos institutos de pesquisas como segundo colocado em cenários que incluem o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, do PT.

"Eu acho que as chances de Jair Bolsonaro chegar à Presidência da República são baixas. Existem na Literatura da Ciência Política brasileira evidências muito robustas demonstrando que o sucesso de um candidato à Presidência da República está diretamente relacionado à estrutura partidária e à capilaridade nacional dos partidos políticos. O Bolsonaro optou por concorrer pelo PSL (um partido minúsculo no Parlamento), ele vai ter muito pouco tempo de rádio e TV, e o seu partido vai ter direito a apenas 14 milhões de reais para a campanha enquanto o MDB terá direito a 314 milhões e o PSDB, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai ter quase 280 milhões", analisa Carlos Pereira. 

Ainda segundo ele, a única chance de Bolsonaro são as mídias sociais, pelas quais vem conseguindo apoio.

"Além de não ter quase recursos para a campanha, Bolsonaro não tem um partido com conexões locais (governos de estados e prefeituras) e só pode contar mesmo com as mídias sociais que já possuem público consolidado. Minha convicção é de que a candidatura de Jair Bolsonaro tenderá a desidratar, e os seus eleitores de hoje deverão migrar para uma das duas candidaturas de centro, Geraldo Alckmin ou a do governo Michel Temer". 

PT precisa ter pressa

Para o Professor Carlos Pereira, o pleito deste ano tem características especiais:

"Esta eleição presidencial será bem particular. Será uma eleição pós-impeachment [da presidente Dilma Rousseff] em que o candidato, que aparece na frente das pesquisas, o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, muito provavelmente será impedido pela Justiça de disputar o pleito. E esse provável impedimento do Lula tem reflexos tanto para os candidatos de esquerda quanto para os de centro-direita", destaca o professor.

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Carlos Pereira conclui sua análise com um aviso ao PT, dizendo que o tempo está se esgotando para a escolha de um candidato que substitua Lula, cuja candidatura segue cada vez mais ameaçada.

"Além disso, se o ex-presidente perder sua liberdade, ele também perderá sua capacidade de transferir votos a favor do candidato do seu partido. Ao mesmo tempo, o PT perderá a chance de continuar nucleando a esquerda brasileira como vem fazendo desde a eleição presidencial de 1989. Por que? Porque os outros partidos de esquerda vão se sentir motivados a lançar candidaturas tentando ocupar o espaço dominado pelo PT", avalia.

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