Esta é a primeira vez que o senador se tornou réu no STF na primeira ação penal aberta em decorrência da delação premiada da empresa Odebrecht.
Jucá foi delatado pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Mello Filho, que disse que a empreiteira fez, em 2014, uma doação eleitoral oficial de R$ 150 mil ao diretório regional do MDB em Roraima, ao mesmo tempo em que discutia com o senador a aprovação, no Congresso Nacional, de duas medidas provisórias (MPs) em benefício da empresa.
No mesmo dia da doação, o diretório regional do MDB repassou a quantia a Rodrigo Jucá, filho do senador, que na ocasião era candidato a vice-governador de Roraima.
Segundo o senador, as doações recebidas na campanha de 2014 pela empreiteira Odebrecht foram feitas de modo oficial e "os pedidos de investigação do Ministério Público Federal (MPF) buscam, na verdade, a criminalização da política".
"O STF não se manifestou quanto ao mérito da matéria, disse apenas que precisava ser instruído o processo. Portanto, estou tranquilo, vou responder tudo, provarei que sou inocente, que não houve nada de errado nessa doação, e, portanto, vamos aguardar e trabalhar com tranquilidade através dos nossos advogados", disse Jucá, em entrevista a jornalistas no Senado, após ficar sabendo da aceitação da denúncia.
Para o MPF, o dinheiro foi doado em contrapartida à atuação política de Jucá, que propôs emendas para modificar os textos das MPs 651 e 656, ambas de 2014, de modo a garantir benefícios fiscais ao grupo Odebrecht.