Norte-americanos iniciaram 'seriado' com armas químicas na Síria em 2013, diz analista

Especialista sírio em grupos extremistas, Husam Taleb, entrevistado pela Sputnik, falou sobre a real situação em Ghouta Oriental.
Sputnik

O entrevistado contou para a Sputnik Árabe que o ataque químico planejado pelos terroristas, realmente deveria vir à tona, tendo como alvo mulheres e crianças. 

"Assim, os países que apoiam os combatentes, ou seja, os EUA, Reino Unido, França e Qatar, estavam planejando pressionar o governo sírio. Ainda em 2013, Barack Obama afirmou que os norte-americanos recorrem à força contra o governo da Síria, caso esta lance ataque contra seu povo", explicou o analista. Antes, ninguém em lugar nenhum falou sobre este tipo de arma", assinalou.

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"Desde então, iniciou-se esta 'série' com substâncias químicas tóxicas. E em 2013, Jaysh al-Islam [coalizão de rebeldes sírios] aplicou armas químicas contra o Exército Livre da Síria e tomou sob pleno controle Ghouta Oriental. Previa-se que as forças do Jaysh al-Islam, após o ataque dos norte-americanos contra a capital síria, tomassem as cidades e estabelecessem seu poder", explicou Husam Taleb.

O analista abordou também a situação em Ghouta Oriental e contou como as "falsas organizações humanitárias" distorcem a realidade. 

"Fugi de Duma em 2012, após ser sequestrado e torturado. Mas sei tudo o que está acontecendo ali hoje, já que tenho amigos e familiares vivendo na zona. Eu sei com certeza que a situação difere da apresentada pelos 'Capacetes Brancos'. Posso assegurar que os 'Capacetes Brancos' é uma organização terrorista no sentido pleno da palavra", afirmou Taleb.

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"Com muita frequência eles organizam 'reportagens', filmando o resgate de algumas pessoas dos destroços. Mas eles realizam essa operação para demonstrar uma imagem bonita, mas a qualidade da operação acaba caindo. Será que equipes de resgate ou funcionários das organizações humanitárias podem agir assim?", perguntou retoricamente o especialista.

"Eles apresentam corpos de crianças mortas como se fossem vítimas de um ataque químico, mas a verdade é que foram eles que mataram estes pobres. Tudo é efetuado a fim de pressionar o governo sírio. Tais organizações humanitárias falsas do Reino Unido e dos EUA existiam ainda no Iraque", apontou.

De acordo com ele, a verdade será relevada nos próximos dias quando os moradores de Ghouta Oriental contarem de suas vidas sob controle dos terroristas, ou seja, quando centenas de crianças e mulheres estiverem libertadas das prisões dos terroristas. As pessoas vão contar quantas crianças morreram por causa da fome e do frio. E como depois seus corpos foram filmados como se fossem vítimas dos ataques químicos do exército sírio.

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Como exemplo, Taleb citou a situação na cidade de Hamouriyah em Ghouta. 

"Surgiram informações que há duas semanas foi utilizada uma arma química contra habitantes de Hamouriyah, que resultou na morte de 26 crianças. Mas, na semana passada os moradores da cidade levantaram a bandeira síria, mandaram os terroristas embora da cidade e deixaram o exército governamental entrar na zona. Será que as pessoas agiriam assim caso o exército sírio de verdade atacasse eles com esta arma terrível?", destacou o analista.

Falando sobre recursos financeiros dos terroristas, o especialista enfatizou que os EUA, Reino Unido, França, Arábia Saudita, Qatar e outros países que o financiam.

"Nestes dias, Mohammed Alloush [irmão de Zahran Alloush, um dos líderes da oposição síria] agradeceu à Alemanha por prestar assistência financeira equivalente a US$ 10 milhões (R$ 32 milhões). Mas onde está o dinheiro? Com que gastaram? As pessoas em Ghouta estão passando fome, não recebem o dinheiro destinado a elas, que em vez disso, ficam nas mãos dos terroristas […] Este dinheiro poderia salvar as pessoas da fome, mas isso não acontece", ressaltou Husam Taleb.

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