Notícias do Brasil

Cientista político: candidatura de Geraldo Alckmin está sendo subestimada

Embora não figure nas primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto para Presidência da República, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem tudo para fortalecer e consolidar sua candidatura. Quem diz isso é o cientista político Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise.
Sputnik

Em entrevista à Sputnik Brasil, Almeida lembrou que a campanha presidencial ainda está dando os seus primeiros passos. A pouco menos de sete meses do pleito, o cenário que envolve os principais candidatos poderá mudar, especialmente no que diz respeito a Alckmin:

Doria quer ser governador para se lançar à Presidência do Brasil, diz ex-líder do PSDB
"Está havendo uma subestimação da força do PSDB e da força da candidatura do governador Geraldo Alckmin. Por que eu digo que esta candidatura está sendo subestimada? Porque não está se levando em conta a força política do estado de São Paulo, comandado há tantos anos pelo PSDB, primeiro com Mário Covas e, depois, por Geraldo Alckmin. que foi seu vice. O PSDB tem uma máquina política grande e apreciável. Portanto, quando Geraldo Alckmin se colocar efetivamente como candidato, seu nome passará a ser mais falado entre os eleitores, e ele, então, terá maior presença nas mídias ao conceder entrevistas. Será a ocasião em que o governador, candidato a presidente da República, apresentará seus posicionamentos e os do seu partido em relação às grandes questões nacionais."

Em 2006, Geraldo Alckmin disputou o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva. O candidato do PT, vencedor em 2002 diante de José Serra, também do PSDB, obteve 46.662.365 votos, contra 39.968.369, de Geraldo Alckmin. Percentualmente, Lula obteve 48,61% dos votos, contra 41,64% de Alckmin.

Lula e Bolsonaro protagonizam mais uma pesquisa eleitoral
Para o cientista político, a tendência para o pleito presidencial de 2018 é uma nova polarização entre PT e PSDB, embora neste momento o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) apareça na primeira posição nas pesquisas no cenário sem Lula e em segundo lugar no cenário com Lula. Essa nova polarização entre os dois partidos que vêm dominando o panorama das últimas eleições no Brasil terá um grande diferencial, que será a posição de PT e PSDB diante do presidente Michel Temer, como afirma o analista:

"O posicionamento do PSDB em relação ao presidente Michel Temer vai ser um dos mais importantes fatos a serem explorados durante a campanha eleitoral. O PT vai tentar mostrar à opinião pública que o PSDB apoiou e apoia Michel Temer. E o PSDB vai tentar se distanciar com o Geraldo Alckmin afirmando que não há mais esse apoio. Essa disputa vai fazer a diferença no percentual de votos. Quem conseguir convencer a opinião pública, vai levar a melhor. Vai levar a melhor como? Através do discurso. Será o momento do convencimento do eleitorado pelo discurso. Politicamente falando: hoje, ser associado ao presidente Michel Temer não é bom, tira votos de qualquer candidato."

Ainda de acordo com o especialista, terá mais votos nesta campanha o candidato que se dedicar aos temas da economia. O eleitor, segundo ele, sabe que segurança pública é problema dos governadores, com apoio dos prefeitos.

FGV: PIB brasileiro sinaliza crescimento de 1% em 2017
"E sabe também, principalmente, que quem tem de se preocupar com o estado da Economia (recuperação dos empregos, estabilidade estrutural, manutenção de atividades profissionais e empresariais) é o governo federal. Logo, quem quiser se eleger presidente da República este ano, terá de se preocupar, fundamentalmente, em abordar a situação da Economia no Brasil e em como fazer para melhorar seu desempenho."

No seio do PSDB, o otimismo é absoluto em relação ao desempenho de Geraldo Alckmin na campanha presidencial, como demonstra o senador Dalírio Beber, de Santa Catarina:

"Agora, em 2018, nós do PSDB temos certeza de que reunimos plenas condições de chegar à Presidência da República, diante do trabalho que o partido e os seus governadores realizaram em São Paulo ao longo de todos esses anos, começando por Mário Covas e chegando a Geraldo Alckmin. O povo de São Paulo reconheceu nas ações políticas, econômicas e administrativas dos últimos governadores de São Paulo todo um empenho por recuperar e fortalecer o estado. E quem administrou bem São Paulo tem todas as possibilidades de se eleger presidente da República, realizando um belo governo federal", afirmou Beber.  

Comentar