Em um tweet, a repórter especial do canal ESPN, Gabriela Moreira, contou que estava em um bar a 30 metros de onde Marielle foi assassinada. A jornalista contou que apenas algumas pessoas perceberam os disparos. "O que se pôde ver: os tiros saíram de um carro branco, que fugiu em direção a São Carlos. Uma viatura estava posicionada a pouquíssimos metros de onde tudo aconteceu", revelou, garantindo ainda que não podia dizer se os policiais presenciaram o assassinato. Ela, porém, garante que um oficial entrou no bar minutos depois com um giz para marcar o local do assassinato.
+ uma viatura da PM estava estacionada a pouquíssimos metros de onde tudo aconteceu. Isso é apenas informação. Não posso dizer que os PMs presenciaram. Podem ter saído momentâneamente. Mas o fato é que minutos depois, um policial adentrou o bar pedindo um giz para marcar local.
— Gabriela Moreira (@gabi_moreira) 15 de março de 2018
+ segundo os policiais, foram encontradas 9 cápsulas próximo ao carro
— Gabriela Moreira (@gabi_moreira) 15 de março de 2018
Amigos e partidários de Marielle já começaram a reagir nas redes sociais. Pelo Twitter, a deputada Jandira Feghali expressou pesar e mandou lembranças à família da vereadora.
Candidata à presidência pelo PCdoB, a deputada Manuela D'Ávila foi outra a se manifestar, dizendo que "ninguém vai calar as mulheres que lutam".
O PSOL divulgou nota em que expressou pesar e disse estar "do lado de familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL-RJ".
"A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!", diz o texto.
O partido realiza homenagem à vereadora às 11h na Câmara dos Deputados. Nas redes sociais, já há mobilização também para um protesto às 17h em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Atuação
Nascida e criada em favela do Complexo da Maré, na zona norte da cidade, Marielle Franco foi eleita aos 37 anos vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com mais de 46 mil votos, sendo a quinta mais votada do Rio. Por ter sido mãe muito nova (aos 19 anos), era forte defensora dos direitos das mulheres na Câmara Municipal, além de advogar pelas causas racial e direitos humanos.
No último dia 26 de fevereiro, Marielle foi eleita relatora da comissão na Câmara que acompanharia a intervenção federal no Rio de Janeiro. Entre as atribuições estava visitar territórios, colher dados e solicitar informações sobre a atuação dos militares na cidade. Recentemente, ela tinha feito críticas à PM, classificando o 41º BPM de "esquadrão da morte".
Ninguém foi preso até o momento. O caso vai ser investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH).