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Morte de Marielle: ex-presidente do PSOL acredita em culpa da polícia

O ex-presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Luiz Araújo, afirmou que soldados do 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro são, no momento, os principais suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, vítimas de um ataque a tiros no centro da capital fluminense na noite de ontem.
Sputnik

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Em entrevista à Sputnik Brasil nesta quinta-feira, 15, Araújo disse que, até onde se sabe, Marielle não teria recebido qualquer tipo de ameaça direta contra sua vida antes da execução da última quarta-feira. Para ele, a vereadora foi punida por conta da sua luta em defesa dos direitos humanos e contra a violência no Rio de Janeiro. 

"Ontem [anteontem, na verdade], ela tinha feito uma denúncia da execução de um rapaz que estava saindo da igreja. Foi executado pela polícia. Certamente, tem tudo a ver, a morte dela, com essa postura muito aguerrida que ela sempre teve", disse ele. 

De acordo com o ex-presidente do PSOL, a morte de Marielle chama a atenção para o fato de que, apesar da luta de pessoas como ela, as violações aos direitos humanos continuam crescendo no Brasil. Ainda assim, ele acredita que a grande comoção causada por essa tragédia pode servir para "mudar o patamar de tratamento" desse importante tema no Brasil.

"No Rio de Janeiro, hoje, você tem pessoas defendendo abertamente o extermínio, que trabalham com o medo da população para melhorar a aprovação de um governo ilegítimo e sem nenhum apoio popular. O medo é uma coisa muito poderosa", comentou. "Se usou isso para precarizar mais ainda os direitos humanos na cidade do Rio de Janeiro. Quem sabe a morte da Marielle não inspire uma revisão disso?", questionou.

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Segundo Araújo, tudo indica que a execução da vereadora foi planejada, "a partir de uma reação":

"Eu não tenho elementos para apontar os culpados. Nós estamos exigindo que a apuração seja rigorosa para que se ache os culpados", disse ele, afirmando que o crime deve ter ligações diretas com as últimas denúncias feitas pela vítima. "O pessoal lá do batalhão, do 41º, são os principais suspeitos. Mas nós não temos provas".

Também em entrevista à Sputnik Brasil, o atual presidente do Partido Socialismo e Liberdade, Juliano Medeiros, reforçou o discurso do seu antecessor, de que a representante do legislativo municipal assassinada não teria recebido ameaças. Para ele, o acontecimento da última noite provoca, ao mesmo tempo, muita tristeza e também muita indignação, que deve servir de combustível para enfrentar a escalada da violência em todo o país.

"Sem dúvida nenhuma, são as piores horas da história do PSOL. Todo mundo admirava muito a Marielle, era uma companheira de partido, uma parlamentar exemplar e simbolizava a ascensão das mulheres, dos negros e das negras na política. Ou seja, um patrimônio do nosso partido que nos deixa de forma trágica", afirmou, destacando que o assassinato da parlamentar é uma prova de que a intervenção federal no Rio de Janeiro não leva a lugar algum.

Medeiros, assim como Araújo, disse ter certeza de que o ataque de ontem foi um crime político. 

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"Foi uma execução. Uma execução que está, sem dúvida, ligada ao trabalho político da Marielle, particularmente às denúncias que ela vinha fazendo contra a violência policial em algumas comunidades do Rio de Janeiro. Estou convencido de que foi um crime político, como tantos que acontecem no Brasil, contra lideranças sem terra, lideranças indígenas, lideranças populares... E que agora chegou a uma liderança dos direitos humanos com mandato parlamentar."

De acordo com as lideranças do PSOL, Marielle Franco estava sendo cotada para se candidatar a vice-governadora, ao lado do vereador Tarcísio Motta, nas próximas eleições.

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