Em 2018 as corporações multinacionais públicas de produção de armas dos EUA receberam autorizações do Departamento de Estado para vender armas (bombas, tanques, mísseis, aviões de combate e uma série de outros equipamentos militares) a outros países no valor de mais de 13,4 bilhões de dólares (R$ 43 bilhões).
De acordo com um relatório publicado pelo SIPRI, Washington foi responsável por 34% das vendas globais de armas entre 2013 e 2017, mantendo-se no primeiro lugar. A Rússia ocupa o segundo lugar, com 22 por cento das exportações globais de armas no mesmo período, de acordo com os dados do Intercept.
O forte aumento das exportações do maior produtor de armas do mundo indica uma nova tática da administração do presidente dos EUA Donald Trump. Durante o primeiro ano no cargo, o presidente aprovou mais 5,7 bilhões de dólares (R$ 18 bilhões) de entregas de armas que o presidente dos EUA, Barack Obama, durante seu último ano de presidência.
Um relatório recente da empresa Security Assistance Monitor observou uma diferença fundamental entre as vendas de armas realizadas pelas administrações de Obama e Trump.
Durante a administração Obama, os aviões dominavam as exportações norte-americanas de equipamento militar. Mas, no primeiro ano da presidência de Trump, as bombas e mísseis lideraram a lista de exportações.
Colby Goodman, diretor da Security Assistance Monitor, sublinhou que o principal comprador das armas norte-americanas é a Arábia Saudita.
O pesquisador do SIPRI Peter Wezeman afirmou que "o conflito violento generalizado no Oriente Médio e as preocupações com a situação dos direitos humanos levaram a um debate político na Europa Ocidental e na América do Norte para restringir as vendas de armas", informou o portal Xinhuanet.com.
"Entretanto, os EUA e os países europeus continuam sendo os principais exportadores de armas à região", acrescentou Wezenman, "fornecendo mais de 98% das armas importadas pela Arábia Saudita".
Os especialistas sublinham as medidas tomadas pela administração Trump para acelerar o processo de aprovação de venda de armas, porque o presidente sugeriu que produzir e vender mais armas significa a criação de mais postos de trabalho nos EUA.
No entanto, Bill Hartung, especialista em segurança nacional e política externa do Centro para a Política Internacional, declarou que "a decisão de armar regimes repressivos e apoiar atos de guerra tem sérias consequências negativas para a segurança dos EUA".