"Por que acha que os britânicos se recusam a entregar uma amostra [do agente químico] a Moscou? Porque, por mais que os especialistas se esforcem, a tecnologia de produção sempre difere um pouco. É uma espécie de 'amostra de caligrafia'. Isso imediatamente tornará claro que esta não é uma tecnologia russa", explicou Rink à Sputnik.
O químico acrescentou que a amostra de Salisbury é como uma "impressão digital" para um especialista forense.
"Poderia ser facilmente determinado que [o veneno] não foi produzido na Rússia", sublinhou ele.
"A tecnologia de produção desse tipo de substância está geralmente disponível para profissionais. Qualquer corporação farmacêutica, qualquer empresa química é capaz de fabricá-la em seus laboratórios", afirmou Rink.
"É absolutamente certo que no Reino Unido existem tais especialistas. Acredito que eles poderiam ter usado a substância para envenenar os pertences de Skripal e de sua filha. Ou alguns objetos no cemitério. É evidente que sabiam que Skripal iria ao cemitério. Isso poderia facilmente ter sido feito pelos próprios britânicos", concluiu ele.
As relações entre Moscou e Londres se deterioraram no início de março após o ex-oficial de inteligência russa Sergei Skripal e sua filha terem sido encontrados inconscientes perto de um centro comercial na cidade de Salisbury.
Neste sábado (17), a Rússia anunciou medidas de retaliação contra o Reino Unido, declarando 23 funcionários da Embaixada do Reino Unido em Moscou como personae non gratae em resposta ao movimento de Londres. O Ministério das Relações Exteriores também revogou o acordo sobre abertura e operação do Consulado Geral do Reino Unido na cidade russa de São Petersburgo, segundo o comunicado. Além disso, foi tomada a decisão de encerrar as atividades do British Council na Rússia, já que seu "status legal não foi definido".