Islândia anuncia boicote à Copa do Mundo

A Islândia anunciou nesta segunda-feira que irá realizar um boicote diplomático ao Mundial FIFA na Rússia.
Sputnik

A Rússia sediará a sua primeira Copa do Mundo de futebol entre 14 de junho e 15 de julho de 2018, em 11 cidades do país, em meio a uma grande tensão entre Moscou e diversos países ocidentais. Essas tensões chegaram ao ponto máximo nas últimas semanas, devido a polêmicas em torno do caso do ex-espião russo Sergei Skripal, que teria sido vítima de uma tentativa de assassinato na Inglaterra no início deste mês.

Caso Skripal: diplomatas russos são mandados embora de vários países
Skripal, antigo agente do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU) condenado por traição, foi encontrado inconsciente, ao lado de sua filha, em um shopping da cidade inglesa de Salisbury no dia 4 de março, com sintomas de intoxicação. De acordo com as autoridades britânicas, ele e a jovem Yulia, de 33 anos, teriam sido envenenados com uma substância neurotóxica identificada como A-234, muito provavelmente por ordens diretas do Kremlin. Mesmo sem provas da suposta participação russa, o Reino Unido e seus aliados não demoraram para acusar a Rússia, adotando medidas punitivas, que foram prontamente respondidas pelo governo russo. 

Assim como Londres, Reiquiavique informou hoje que não enviará nenhum representante oficial islandês para o Mundial na Rússia, explicando que todo diálogo bilateral de alto nível será temporariamente suspenso. 

"O governo da Islândia decidiu se solidarizar com o Reino Unido e outros Estados ocidentais e se juntar à sua resposta coordenada ao ataque químico em Salisbury, na Inglaterra, no início deste mês. O ataque de Salisbury constitui uma grave violação do direito internacional e ameaça a segurança e a paz na Europa. Esse é o primeiro uso ofensivo de um agente nervoso na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", declarou o Ministério das Relações Exteriores islandês em comunicado.

Ainda de acordo com a nota da diplomacia islandesa, o governo da Islândia pede que a Rússia dê respostas completas a "questões importantes da investigação", principalmente sobre como uma substância "produzida originalmente em laboratórios soviéticos acabou sendo usada para atacar civis no Reino Unido".

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