General sobre 'encontro secreto' do ex-agente Skripal: é mistificação do Reino Unido

Informações da mídia ocidental sobre um alegado encontro secreto do ex-espião russo Sergei Skripal são mais uma mistificação por parte do Reino Unido, que tenta desviar a atenção da opinião pública da essência de uma ação provocatória planejada, afirmou o major-general na reserva do Serviço Federal de Segurança (FSB) russo, Aleksandr Mikhailov.
Sputnik

Anteriormente, o tabloide britânico The Sun escreveu, citando uma fonte, que Sergei Skripal e sua filha, que teriam sido envenenados em Salisbury, poderiam ter tido um encontro secreto no dia do incidente, pois seus serviços de localização GPS nos celulares estiveram desativados por cerca de quatro horas.

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Um interlocutor do jornal britânico declarou que a razão mais provável para isso seria que Sergei e Yulia Skripal quisessem se encontrar com alguém sem serem detectados. Tal informação não foi confirmada oficialmente.

Após serem encontrados inconscientes na cidade britânica de Salisbury, Skripal e sua filha estão no hospital em condição crítica desde 4 de março, sendo tratados por exposição ao que os especialistas do Reino Unido dizem ser o agente nervoso A234, alegadamente desenvolvido na Rússia.

No entanto, Aleksandr Mikhailov, major-general do FSB russo, acredita que as notícias sobre encontro secreto não passam de uma "mistificação" por parte de Londres.

"Falando de GPS, é uma mistificação para confirmar a versão criminológica", declarou o militar, acrescentando que tal versão é uma ação planejada e mentirosa.

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Mikhailov duvida que o encontro fosse secreto, pois a cidade britânica está cheia de câmeras e sistemas de controle. Além disso, mesmo que o celular tivesse estado com o serviço de geolocalização desativado, ele seria detectável na célula, pois tinha acesso, explica o general.

Desta maneira, as informações na mídia britânica podem ser "encomendadas", enquanto a substância com que foram envenenados Skripal e sua filha não está relacionada com o agente nervoso A234.
O general destacou que a parte britânica nem apresentou à Rússia a substância em questão, nem dá acesso a ninguém aos Skripal, que "agora podem ser tratados com quaisquer substâncias" que não estavam presentes originalmente.

"As pessoas foram encontradas inconscientes com diagnóstico desconhecido e logo foi identificada a substância altamente tóxica. Além de determinarem ‘instantaneamente' a fórmula desta substância, logo encontraram o antídoto para esta […] Caso a substância fosse essa mesma [A234], não tinha ninguém para salvar, pois ela começa a agir imediatamente: em 30 segundos a pessoa já está morta. E neste caso [os Skripals] foram tratados durante horas", detalhou.

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Em 4 de março, o ex-oficial de inteligência russo Skripal, que também trabalhava para a inteligência britânica, foi encontrado inconsciente junto com sua filha em um banco de um shopping center na cidade de Salisbury.

Especialistas britânicos acreditam que eles tenham sido atacados com o agente nervoso A234, com Londres acusando Moscou de orquestrar o ataque. O chamado caso Skripal provocou uma crise diplomática: após Londres, que expulsou 23 diplomatas russos, mais de 10 países do mundo anunciaram esta segunda-feira (26) uma medida semelhante em relação a missões diplomáticas russas.

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